Enquanto os zoológicos com animais reais estão na mira de ativistas, a tecnologia pode proporcionar experiências inusitadas para os amantes da natureza. Em Nova York, em plena Times Square, os visitantes se deleitam com imagens 3D do fundo do mar exibidas no Ocean Odyssey, aquário virtual criado pela National Geographic. Nele, é possível brincar com leões-marinhos, nadar com baleias ou mergulhar com tubarões. As imagens subaquáticas são verdadeiras e permitem observar detalhes impressionantes da vida marinha. Elas são poderosas, mas despertam certa nostalgia. Será triste o dia em que, por causa da ação predadora do homem, haverá apenas registros cinematográficos de algumas espécies. Quando isso acontecer, os museus 3D serão indispensáveis.
Para ambientalistas, zoos ou aquários virtuais são valiosos e deveriam substituir os espaços tradicionais. E isso deveria começar já, embora existam poucas propostas parecidas com a do Ocean Odyssey. “Lugares assim podem ser bastante inspiradores, oferecendo inclusive informações mais precisas sobre a vida selvagem”, afirma Chris Draper, líder da Born Free, instituição que realiza campanhas internacionais pelo fim de animais em cativeiro. Draper refuta a ideia que zoológicos podem ser educativos. Segundo ele, as pessoas tiram maior proveito de programas de televisão do que nas ocasiões em que passeiam em um zoo convencional. “Em cativeiro, um elefante ou um gorila não estão em seu ambiente natural e não podem ensinar nada para um ser humano”, afirma Draper.
Publicado em VEJA de 29 de julho de 2020, edição nº 2697