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Com Nina Hoss, romance batido entedia Festival de Berlim

'Return to Montauk', novo filme Volker Schlöndorff, tem bons diálogos e boas atuações — e nada mais

Por Mariane Morisawa, de Berlim
15 fev 2017, 18h14

Nos últimos anos, o alemão Volker Schlöndorff vinha fazendo apenas longas-metragens de época, muitas vezes baseados em obras literárias ou falando de política. Em Return to Montauk (“Retorno a Montauk”, na tradução livre), exibido em competição no 67º Festival de Berlim, ele queria fazer algo totalmente diferente, baseado no aqui e agora e sem ambições literárias ou políticas. Mas é verdade também que, apesar de não ser uma adaptação do livro Montauk, de Max Frisch, o novo filme foi inspirado por ele, um relato autobiográfico sobre um caso do escritor com uma mulher mais jovem na famosa área de veraneio na ponta da ilha de Long Island, nos Estados Unidos.

Schlöndorff juntou-se ao escritor irlandês Colm Tóibín (Brooklyn) para compor a história do autor alemão Max Zorn (Stellan Skarsgård), que vai a Nova York para promover seu novo romance, reencontrando a mulher Clara (Susanne Wolff), que foi na frente para preparar o lançamento. A visita traz o passado de volta, quando Max reencontra seu mentor, o excêntrico milionário Walter (Niels Arestrup), e ele faz com que se lembre de Rebecca (Nina Hoss), com quem viveu um romance quase 20 anos antes. Rebecca virou a musa de Max, a mulher que ele idealiza em seu livro. O escritor ama Clara, mas, nostálgico, acreditando ter deixado escapar o grande amor de sua vida, procura Rebecca, que, em princípio, o trata com frieza. Max insiste. Finalmente, ela se rende, convidando-o para passar o dia em Montauk, a praia que guarda muitas recordações do casal.

Return to Montauk discute a memória e como duas pessoas guardam lembranças diferentes do que viveram em comum. Também fala de idealização do outro, de imaturidade de perceber quando o amor de verdade chega. Nenhum desses temas é novo. O filme tem a vantagem de contar com alguns bons diálogos e um trio de atores sólido, especialmente a alemã Nina Hoss, excelente. Não era caso de estar na competição, mas, numa edição fraca de grandes nomes, especialmente alemães, provavelmente entrou pelo currículo do cineasta (vencedor do Oscar e da Palma de Ouro em Cannes por O Tambor, de 1979).

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