Cinco fatos sobre o Oscar que sabemos graças a Toronto
O festival dá aos cinéfilos um primeiro vislumbre da corrida pelo Oscar, cujos principais apostas são 'La La Land' e 'Nascimento de uma Nação'
O Festival Internacional de Cinema de Toronto chegou ao fim no último domingo após duas intensas semanas de exibição de filmes. A mostra é famosa, entre outros motivos, por reunir algumas das grandes apostas para o Oscar, neste ano com La La Land – Cantando Estações, Moonlight e Nascimento de uma Nação. O jornal britânico The Guardian separou os cinco fatos que ocorreram no festival canadense e que podem indicar o que esperar do maior prêmio do cinema mundial no próximo ano; confira abaixo:
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1. La La Land – Cantando Estações é um forte competidor
Desde a estreia no Festival de Veneza, o musical de Damien Chazelle (Whiplash: Em Busca da Perfeição) é a maior aposta da crítica para o Oscar em 2017, arrancando elogios até de Tom Hanks, membro da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Confirmando seu status, o filme ganhou o Grande Prêmio do Público em Toronto – uma fonte confiável de indicações para o Oscar (em 2015, o homenageado foi O Quarto de Jack, que rendeu a Brie Larson a estatueta de melhor atriz e concorreu a melhor filme).
Também, La La Land – Cantando Estações alimenta a adoração da Academia por filmes sobre o próprio universo cinematográfico, vide O Artista (2012). A produção retrata jovens artistas tentando a vida em Hollywood, personificados por Emma Stone, uma barista aspirante a atriz, e Ryan Gosling, um pianista de jazz. O romance entre ambos estremece quando a carreira do músico começa a decolar e sobressair à da namorada.
2. Nascimento de Uma Nação continua abalado
A premissa do longa de Nate Parker já é bastante controversa: o outro lado da história retratada no longa homônimo de 1915, assinado por David Griffith, que apresenta uma visão bastante racista sobre a Guerra da Secessão. Agora, os protagonistas são negros e sua rebelião é o cerne do enredo.
O longa foi aplaudido de pé em sua estreia no Festival de Sundance, e ascendeu sob a promessa de combater o racismo no Oscar – que na edição deste ano não contou com nenhum ator negro entre os indicados a melhor ator/atriz. No entanto, o boato de que o diretor estuprou uma garota de 17 anos pode acabar com as chances do longa de entrar na corrida pelo Oscar, ainda mais quando ele se recusou a responder qualquer pergunta sobre o ocorrido no Festival de Toronto.
3. O Oscar de melhor atriz será acirrado
Emma Stone se destacou por sua personagem em La La Land – Cantando Emoções – há quem diga que esta foi sua melhor performance como atriz, desbancando a Sam de Birdman, ou (A Inesperada Virtude da Ignorância), de 2014. Já Natalie Portman viveu Jacqueline Kennedy, antiga primeira-dama dos Estados Unidos, na cinebiografia Jackie. Apesar de Stone ter derrotado Portman no Festival de Veneza na disputa pelo prêmio de melhor atriz, a disputa pelo Oscar não está nem perto do fim e as duas são, de longe, as principais rivais.
Elas não foram as únicas a se destacar no cinema neste ano. Ao que tudo indica, 2017 será o Oscar das mulheres. Rebecca Hall surpreende com sua Christine Chubbuck, de Christine, longa baseado na história da âncora de televisão que cometeu suicídio ao vivo. Também estão no páreo Rooney Mara, por Una, em interpreta uma mulher que fica cara a cara com seu estuprador; e, por fim, Amy Adams, tem duas cartas na manga: Animais Noturnos e A Chegada, que estreiam até o final deste ano.
4. Moonlight
Sob as controvérsias em torno de Nascimento de uma Nação, Moonlight aparece como a luz no final do túnel para acabar com #OscarSoWhite, campanha que surgiu contra a falta de artistas não brancos na premiação. Foram necessárias três sessões extras do filme em Toronto para atender a demanda do público: todos estavam loucos para assistir a história do tímido Chiron. Divido em crônicas, o longa retrata a vida do garoto da infância até a vida adulta em um bairro pobre de Miami.
5. O produtor Harvey Weinstein está de volta
Uma vez considerado o rei da temporada de premiações do cinema, Weinstein esteve fora dos holofotes nos últimos anos. O produtor não conseguiu emplacar seu último trabalho, Carol, entre os indicados a melhor filme no último Oscar. Na verdade, nenhum filme de sua companhia ganhou o prêmio máximo do universo cinematográfico desde O Artista, em 2012.
No entanto, os ventos podem passar a soprar novamente a favor de Weinstein neste ano, graças ao novo filme de Garth Davis, Lion. O enredo segue Dev Patel (Quem Quer Ser um Milionário?), na pele do jovem Saroo, em busca de sua família de sangue, que o abandonou na Índia 25 anos atrás, e alimenta o gosto da Academia por filmes baseados em fatos reais. A produção foi a segunda colocada no Grande Prêmio do Público, atrás de La La Land. Se o fato indica algo, significa que Harvey Weinstein logo estará de volta ao tapete vermelho.