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‘Barbara’ refaz de modo cru paranoia da Alemanha Oriental

Longa alemão é um exemplo que o cinema brasileiro poderia pensar em seguir

Por Mariane Morisawa
22 out 2012, 06h26
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  • O cinema alemão tem se esforçado para dar conta do passado trágico e brutal do país. Depois do excelente A Vida dos Outros (2006), de Florian Henckel von Donnersmarck, Barbara, de Christian Petzold, Urso de Prata de direção no Festival de Berlim deste ano, é outro a recuperar a vida na Alemanha Oriental.

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    Barbara (a ótima Nina Hoss) é uma médica berlinense que, depois de pedir autorização para sair do país, é punida e enviada para o hospital de uma pequena vila no interior. Seu plano continua sendo ir embora para se juntar a seu namorado, mas, por enquanto, ela precisa disfarçar. Logo, desperta a simpatia do médico André (Ronald Zehrfeld), que vai recusar de forma seca. Ela desconfia que, na verdade, ele a esteja espionando. A protagonista fica obcecada com a possibilidade de estar sendo vigiada o tempo inteiro, até porque, de vez em quando, o agente local da Stasi vai até seu apartamento e a submete a revistas.

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    No início, o diretor coloca mesmo Barbara sob vigilância, usando uma câmera distante, às vezes do alto, como se alguém sempre estivesse à espreita. É claustrofóbico, mesmo que, em boa parte do tempo, ela esteja ao ar livre. Mais do que contar uma história cheia de acontecimentos, Petzold deseja recriar o clima paranoico e dominado pelo medo e mostrar como isso se reflete nas pessoas, reforçando a tristeza do lado comunista do país com uma paleta de cores quase monocromática, cheia de brancos, cinzas e azuis acinzentados.

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    Seu estilo é minimalista: não há cenas arrebatadoras, câmeras exibidas, atores em alto tom. Ninguém é vilão, nem quem trabalha para a Stasi. São todos, como gostavam de definir os comunistas, apenas uma peça de uma engrenagem muito maior e cruel.

    A abordagem econômica faz a força do filme. Graças a ela, o espectador que não estiver esperando uma trama cheia de reviravoltas vai mergulhar naquele outro tempo, que parece tão distante, apesar de ter sido apenas 30 anos atrás.

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    Barbara sabe abordar o passado como cenário, ambiente, clima, e não como personagem (ou tema). São os seres humanos, com suas emoções, dúvidas e imperfeições, e suas relações igualmente difíceis de entender, que fazem a diferença. É um exemplo que o cinema brasileiro poderia pensar em seguir.

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    Filme “Barbara” faz parte da programação da 36ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo (VEJA)

    Barbara, de Christian Petzold *

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    Segunda (22), às 18h20, no Espaço Itaú de Cinema – Frei Caneca 3

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    Terça (23), às 21h10, no Espaço Itaú de Cinema – Pompeia 9

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    Quarta (24), às 17h50, no Espaço Itaú de Cinema – Frei Caneca 3

    *programação sujeita a alterações

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    Ingressos individuais

    Segundas, terças, quartas e quintas: R$ 15 (inteira) / R$ 7,50 (meia)

    Sextas, sábados e domingos: R$ 19 (inteira) / R$ 9,50 (meia)

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    * Para adquirir ingressos no dia da sessão, somente nas salas de cinema

    * A Central da Mostra não vende ingressos avulsos, apenas os pacotes

    Venda pela internet

    No site Ingresso.com, o ingresso poderá ser adquirido com antecedência (de quatro dias a um dia) da sessão

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