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Ator que vive político corrupto na TV é condenado a devolver R$ 340 mil

Saulo Laranjeira, conhecido por interpretar João Plenário em 'A Praça é Nossa', terá que ressarcir o governo mineiro por projeto de programa de TV em 2001

Por Estadão Conteúdo 29 mar 2019, 01h12

Conhecido por interpretar o político corrupto João Plenário no humorístico “A Praça É Nossa“, do SBT, o ator Saulo Pinto Muniz (Saulo Laranjeira), de 62 anos, foi condenado a devolver 341.619,69 reais aos cofres do governo mineiro. A decisão é do Tribunal de Contas do Estado de Minas (TCE/MG) e se deve a recursos recebidos da lei estadual de incentivo à cultura. A prestação de contas ocorreu só 15 anos depois e com recibos que não teriam ligação com o caso.

O ator – que também é humorista, apresentador de TV e rádio, cantor, narrador e compositor – recebeu em 2001, através do poder público, 100 mil reais, mas o valor a ser ressarcido foi corrigido e acrescido de juros. A quantia se destinava à realização do projeto “Arrumação 2000”, um projeto de programa de televisão.

O TCE condenou o ator de forma unânime, em decisão proferida pela 1ª Câmara na sessão de terça, 26, envolvendo o processo instaurado inicialmente pela Secretaria de Estado da Cultura, em dezembro de 2016, quando o artista prestou contas.

Segundo o tribunal, Laranjeira só apresentou os recibos “quando da declaração de indisponibilidade de bens” e eles “não correspondiam à execução do objetivo proposto”. O relator do TCE, José Alves Viana, diz que o órgão entendeu que houve “omissão deliberada do dever de prestar contas” e, por isso, o humorista deveria ser “responsabilizado por dano ao erário”.

O Projeto Cultural Arrumação 2000 foi um programa da TV aberta no qual Saulo Laranjeira recebia artistas e apresentava quadros de humor. Sem dinheiro para a produção (756,9 mil reais), ele requereu 300 mil reais, mas foi aprovado o valor de 100 mil reais, que saiu da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais).

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Carreira

Saulo Laranjeira ficou conhecido na TV por seu personagem João Plenário, um deputado sem escrúpulos que odeia pobres. Outro papel que ele vive é o governador Celso Bonitinho, um corrupto que mesmo na cadeia vive cheio de regalias.

Em setembro de 1990, Laranjeira abriu uma produtora em Belo Horizonte que, nos últimos dias, permaneceu a maior parte do tempo fechada. Na quinta, 28, uma funcionária esteve no local e afirmou que o artista estava em São Paulo e não falaria sobre o problema com o TCE.

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