Ariana Grande deu as caras um tanto quanto atrasada pelo Allianz Parque, em São Paulo. Em sua segunda visita ao Brasil, a cantora de 23 anos se apresentou na capital paulista no último sábado, cercada de fãs histéricos, suas famílias e muita fumaça cênica.
O show manteve uma animosidade constante, sem pontos altos ou baixos. Enquanto o vozeirão de Ariana — uma dançarina nata e dona de um fôlego impressionante (ela canta enquanto pedala uma bicicleta ergométrica, sem ficar esbaforida) — fez jus ao seu prestígio no cenário atual da música pop, a pouca presença de palco da cantora falhou ao conectá-la com o público durante a apresentação, que mais parecia um grande videoclipe: bonito e divertido, mas previsível.
Se antes parte da graça dos shows era esperar pela seleção de músicas a ser apresentada, hoje a setlist já vem pronta, sem novidades. Como Justin Bieber, Ed Sheeran e outros cantores que passaram pelo Brasil nos últimos meses, Ariana seguiu piamente o roteiro da Dangerous Woman Tour: de Be Alright a Into You, passando por One Last Time, Side to Side, Break Free, e bis com Dangerous Woman. Desde o atentado terrorista a seu show em Manchester, que deixou 22 mortos e dezenas de feridos, a americana também incluiu na sua setlist um cover de Somewhere Over The Rainbow, o momento de maior intimidade com o público.
A estrutura da apresentação deixou a desejar, principalmente quando comparada a do show no Rio de Janeiro, realizado na última quinta-feira, 29 de junho, na Arena Jeunesse. Ariana Grande — que, por ironia, é pequena — se perdia no palco estreito, muitas vezes escondida atrás de uma espessa cortina de fumaça, parte dos (d)efeitos especiais da turnê. Dois telões, posicionados nas laterais do palco, deveriam ajudar na visão do show, mas desprenderam muito tempo exibindo clipes e outras cenas de caras e bocas da cantora.
De São Paulo, a cantora segue para Santiago, no Chile, e em seguida para Buenos Aires, capital da Argentina, onde encerra sua passagem pela América do Sul.