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Após três adiamentos, ‘007’ é esperança de recuperação do cinema

Filme deve sair no final do mês, e exibidores do Reino Unido apostam fichas na capacidade de atração da tal "Bond Mania"; nos EUA, porém, cenário desanima

Por Tamara Nassif 10 set 2021, 14h04
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  • Quando o mundo ainda era mundo, o blockbuster 007: Sem Tempo Para Morrer já tinha data de pré-estreia, turnê de divulgação pela China, Japão e Coreia do Sul e uma legião de fãs ansiosos para ver Daniel Craig no elegante terno de James Bond pela última vez, depois de cinco filmes. Então, veio a pandemia e, com ela, o início de uma saga tão intricada quanto a do espião inglês. A princípio previsto para abril de 2020, o 25º capítulo da franquia foi empurrado para novembro. Depois, para abril deste ano. Com um último (esperamos) adiamento na conta, o longa agora deve finalmente estrear no final do mês, em 30 de setembro – e espera-se que seja o pontapé inicial da recuperação definitiva dos cinemas, que foram muito baqueados pelo coronavírus.

    É o que esperam os grandes exibidores do Reino Unido, pelo menos. Por lá, acredita-se que a “Bondmania” represada poderá enfim proporcionar ao circuito de cinema a retomada de sua popularidade pré-pandêmica, visto que os cinco filmes de Craig somaram mais de 470 milhões de dólares nas bilheterias britânicas. Globalmente, a cifra é ainda mais vistosa: são 3,6 bilhões de dólares arrecadados, tornando a interpretação do ator a mais bem-sucedida comercialmente desde o início da franquia. “Estamos muito animados com o retorno de James Bond às telas de cinema no final do mês”, declarou Carol Welch, diretora da Odeon, a maior rede de cinemas do Reino Unido. “Esse é um bom momento na indústria e fomos encorajados pela reação dos espectadores, que voltaram a frequentar os nossos cinemas.”

    Ao jornal The Guardian, um executivo de outra rede de cinemas declarou anonimamente que a expectativa é altíssima. “007 será, com 100% de certeza, o maior filme desde o início da pandemia no Reino Unido. Não sei se será o maior do mundo, mas deve chegar a níveis pré-Covid ou muito próximos deles. Muito depende de quais mercados estão abertos no momento – Austrália está fechada, assim como partes do Japão e da China –, mas Daniel Craig é o maior Bond que já vimos”, disse. No mercado australiano, a estreia deve ser em novembro, enquanto o Japão o verá em 1º de outubro. A China ainda segue na incerteza.

    Nos Estados Unidos, que recebe James Bond um pouco depois, em 8 de outubro, a expectativa é menor. Em resposta à alta de casos provocada pela variante Delta e aos subsequentes números decepcionantes das estreias de Jungle Cruise O Esquadrão Suicida, a aflita indústria americana tem voltado a remanejar o calendário de estreias. O lançamento da comédia familiar Clifford, o Gigante Cão Vermelho, da Paramount, por exemplo, foi atrasado indefinidamente. A Sony vendeu os direitos globais de streaming do Hotel Transylvania: Transformonstrão, o último capítulo da franquia, para a Amazon Studios, em um acordo de 100 milhões de dólares. E no que foi visto como o mais claro indicador do medo de Hollywood frente à ameaça da Delta, há rumores de que o aguardado Venom – Tempo de Carnificina deve ficar para janeiro do ano que vem – ele já foi adiado em três semanas, de 24 de setembro para 15 de outubro desse ano, em um movimento visto por especialistas como um ensaio para futuros adiamentos.

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    Diante desse cenário, James Bond – cuja estreia está surpreendentemente bem definida em solo americano, a ponto de grandes exibidores já informarem datas de pré-venda, horários em cartaz e metragem total do longa – não é visto como o salvador da pátria. “Muito dinheiro foi perdido com os adiamentos de Sem Tempo Para Morrer; o marketing ficou obsoleto”, disse uma fonte interna à revista nova-iorquina Vulture. “A preocupação é mais com o Reino Unido que com qualquer outro lugar. A expectativa é que lá tenha um sucesso grande e, nos Estados Unidos e no resto do mundo, um sucesso decente.” Até a estreia, resta cruzar os dedos para que o público volte a se sentir confortável com idas ao cinema – e para que a pandemia não leve a melhor, mais uma vez, sobre o querido espião inglês.

    007: Sem Tempo Para Morrer deve chegar ao Brasil no dia 30 de setembro. A trama acompanha um James Bond aposentado na Jamaica, retirado de seu descanso para resgatar um cientista sequestrado. Além de Craig, o filme também é estrelado por Lea Seydoux, Ralph Fiennes, Ana de Armas e Rami Malek, e tem uma música especial composta por Billie Eilish em sua trilha sonora. Confira o trailer abaixo:

     

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