Aaron Sorkin: Hollywood exige mais de atores que atrizes
Nova vítima do vazamento de e-mails da Sony, roteirista e produtor declarou também que apenas Helen Mirren e Meryl Streep atuam no nível dos homens
O cineasta Aaron Sorkin, responsável pelo roteiro de filmes como A Rede Social (2010) e O Homem que Mudou o Jogo (2011), se tornou a mais nova vítima do vazamento de e-mails da Sony. De acordo com o site americano The Daily Beast, durante uma troca de mensagens com a colunista Maureen Dowd, do jornal The New York Times, Sorkin afirmou que os papéis masculinos são mais difíceis que os femininos em Hollywood, o que faz com que o Oscar de melhor ator tenha um nível de dificuldade maior.
Para justificar seu ponto de vista, ele afirma no e-mail à colunista que o grau de dificuldade enfrentado por Cate Blanchett para vencer o Oscar de melhor atriz este ano foi menor do que o dos homens que competiam pelo prêmio de melhor ator, vencido por Matthew McConaughey. E que esse padrão se repetiu em anos anteriores. “Daniel Day-Lewis teve que realizar uma grande performance para vencer o prêmio com seu papel em Lincoln. Jennifer Lawrence venceu por O Lado Bom da Vida e não fez nada além do que uma atriz profissional deva fazer”, dispara Sorkin.
O roteirista e produtor ainda afirmou que Helen Mirren e Meryl Streep são as únicas mulheres que atuam tão bem quanto os homens. Sorkin diz que elas poderiam “competir com os garotos”, mas que não existem em Hollywood papéis que exijam grande esforço das mulheres.
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Apesar da boa recepção de A Rede Social, o cineasta foi criticado na época por retratar as mulheres de maneira estereotipada no longa, mas se justificou ao afirmar que estava escrevendo sobre um grupo de pessoas misóginas. O mesmo aconteceu em 2012, quando foi ao ar a série The Newsroom, criada e escrita por Sorkin. Na ocasião, os críticos reclamaram que as personagens femininas serviam apenas para destacar os papeis dos homens na série. Encerrada este ano em sua terceira temporada, The Newsroom voltou a motivar críticas a Sorkin por causa do tratamento dado à história de um estupro.
Ataque de funcionários – Em meio ao constrangimento causado pelo vazamento dos e-mails da Sony, ex-funcionários acusaram judicialmente o estúdio de não ter protegido as informações confidenciais daqueles que trabalham, ou já trabalharam, na empresa. A ação, apresentada em um tribunal de Los Angeles, alega que a Sony fracassou na hora de garantir e proteger seus sistemas e sua base de dados, o que a levou à difusão de informação confidencial dos demandantes e outros companheiros.
“É um pesadelo épico que mais corresponde a um thriller do que à vida real, e que se desenrola em câmera lenta para os funcionários atuais e antigos da Sony”, diz a denúncia de 45 páginas. “Informações confidenciais, como os cerca de 47 000 números de identificação de segurança social, expedientes de empregados incluindo salário e histórico médico e qualquer outro dado da Sony se tornaram públicos e poderão estar nas mãos de criminosos”, afirma o documento.
(Com agência France-Presse)