A Salton, uma das maiores vinícolas do país, está anunciando o lançamento Salton Zero Álcool Moscato, seu primeiro rótulo voltado para o público que prefere não consumir álcool. Líder do segmento de espumantes no Brasil, a vinícola mostra que a preferência por opções sem álcool tem ganhado força no Brasil e é preciso atender às demandas. Em comunicado oficial, Luciana Salton, diretora executiva da companhia, afirma que o lançamento acontece depois que a empresa acompanhou os movimentos do mercado.
Não se trata de uma tendência nova, mas que vem crescendo de forma constante. Um levantamento feito pela consultoria DataHorizzon Research aponta que o mercado de vinhos sem álcool foi avaliado em US$ 2,1 bilhões de dólares em 2023, e pode chegar a US$ 4,9 bilhões em 2032, com um crescimento anual de cerca de 10%. Para efeito de comparação, o mercado de vinho convencional foi avaliado em US$ 441 bilhões em 2022. Ainda é uma fração do total, mas o crescimento é evidente.
Além disso, é uma tendência que vai além do mundo do vinho. No mercado da cerveja, tanto produtores artesanais quanto grandes grupos têm rótulos sem álcool. No universo da coquetelaria, bartenders estão desenvolvendo opções sem álcool em suas cartas. Chamados de “mocktails“, são opções para quem não quer ingerir as bebidas por qualquer motivo, mas quer curtir a experiência de um coquetel.
Existem algumas maneiras de produzir vinho sem álcool. O rótulo da Salton é classificado oficialmente como uma bebida de uva adoçada e gaseificada, em que o mosto (o suco) das uvas moscato, originárias da Serra Gaúcha, são prensadas e depois passam por um processo de clarificação, filtração e carbonatação até o engarrafamento. Elas não são fermentadas, ou seja, não há transformação dos açúcares naturais da fruta em álcool. Há outro método, mais complexo e caro, em que a bebida é fermentada como se fosse um vinho convencional, mas depois passa por um processo conhecido como destilação a vácuo, em que o líquido é aquecido para que o álcool evapore. Os resultados são distintos, mas no segundo processo é possível que uma pequena porcentagem de álcool permaneça na bebida final.