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Prontas para a guerra: antigas armaduras inspiram a alta-costura

Os dias difíceis dos últimos dois anos, com vírus e tiros, explicam a tendência - aplicada com elegância e alguma ironia, é claro

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 12h14 - Publicado em 17 abr 2022, 08h00
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  • COMBATE - Escudo: Dior (à esq.) e Balmain protegem o corpo feminino -
    COMBATE - Escudo: Dior (à esq.) e Balmain protegem o corpo feminino - (Victor Boyko/Getty Images; Victor VIRGILE/Gamma-Rapho/Getty Images)

    Certa vez, o americano Bill Cunningham (1929-2016), reputado fotógrafo de moda do jornal The New York Times e considerado o pai do street style, disse que “a moda é a armadura para sobreviver à realidade da vida cotidiana”. Sem dúvida, perder-se no universo onírico das cores e formas exibidas nas passarelas ajuda a se abstrair da dureza do mundo. Em tempos tão conturbados quanto os atuais, contudo, de vírus e tiros, talvez o melhor seja deixar o plano metafórico e ir diretamente ao literal, ou quase isso. Algumas das mais influentes casas de alta-costura estão apresentando modelos cujo apelo são armaduras, não as pesadas, feitas de metal, usadas em batalhas antigas, claro. Mas costuradas em tecidos de primeira linha, encorpados, e adornadas de tal forma que, ao vesti-las, toda mulher fica imediatamente pronta para a guerra.

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    As armaduras reinaram nos desfiles da Balmain, Dior, Gucci, Versace e Mônot, fazendo referências às couraças originais, mas traduzidas em modelos leves. A tendência apareceu nas semanas de moda mais badaladas do mundo. Na de Paris, o estilista Olivier Rousteing, da Balmain, transformou seu desfile de outono e inverno para 2022 e 2023 em um campo de batalha repleto de peças futuristas. Os modelos remetem tanto às vestimentas com ombros e cinturas estruturadas quanto às espaciais, repletas de elementos tecnológicos, além de apresentarem referências aos equipamentos de proteção individual usados na pandemia de Covid-19. Rousteing pensou a coleção antes do ataque de Putin contra a Ucrânia, mas aproveitou seu lançamento para um apelo de paz. “Essas roupas transmitem a mensagem de que podemos contar com o poder da esperança e da verdade para combater o ódio, as mentiras e a agressão”, disse, depois de criticar a violência inaceitável da Rússia. Na passarela da Dior, a estilista Maria Grazia Chiuri mesclou a delicadeza de suas madonas contemporâneas à força de equipamentos bélicos.

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    MODERNAS - Influência: Gucci (à esq.) e Mônot mostraram referências sutis às couraças feitas em tecidos bem estruturados -
    MODERNAS - Influência: Gucci (à esq.) e Mônot mostraram referências sutis às couraças feitas em tecidos bem estruturados – (Gucci/Divulgação; Peter White/Getty Images)

    Tudo somado, parece impossível combinar elementos tão distintos, mas o resultado é esplendoroso. Os modelos aludem aos coletes à prova de balas, porém sobrepostos aos românticos vestidos de renda da grife. É a moda em sua faceta mais interessante: a de narrar o cotidiano do mundo com elegância, algum humor e ironia, apesar das dores da civilização. A roupa também é uma modalidade de manifesto político.

    DE ARMA NA MÃO
    Elas foram às batalhas bem protegidas

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    Tomoe Gozen
    Tomoe Gozen – (./Getty Images)

    Tomoe Gozen (séculos XII e XIII)
    Habilidosa com espadas e arcos, é a mais notável mulher samurai do Japão. O Gozen do nome é um título honorífico, dado também a homens

    Joana d’Arc
    Joana d’Arc – (./Getty Images)

    Joana d’Arc (século XV)
    Integrou o Exército francês contra os ingleses na Guerra dos Cem Anos. Condenada pela Igreja Católica por bruxaria, foi queimada viva e, em 1920, canonizada

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    Isabel I de Castela
    Isabel I de Castela – (./AFP)

    Isabel I de Castela (séculos XV e XVI)
    Rainha de Castela e muito católica, participou das campanhas militares do marido, Fernando, para expulsar os muçulmanos de seu território

    Publicado em VEJA de 20 de abril de 2022, edição nº 2785

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