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Onde está a geladeira que ficava aqui?

Cada vez mais utilizadas como ambientes sociais, as cozinhas surgem integradas e com todos os itens completamente camuflados

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 21 fev 2022, 12h04 - Publicado em 21 fev 2022, 12h01
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  • Se nos tempos antigos, cerca de 4000 a.C., a “cozinha” se resumia a uma fogueira para assar carne e espantar animais perigosos, com o passar dos anos passou a ser um dos ambientes mais sociais da casa, atraindo familiares e amigos próximos. Com a pandemia da Covid-19, as pequenas reuniões deram lugar ao espaço funcional e integrado, que poderia, além de cozinhar, servir para reuniões de trabalho – via conference call, é claro. Mas, agora, com o avanço da vacinação, voltaram a ser vistas como um dos lugares favoritos da residência para voltar a reunir pessoas, e não apenas para cozinhar.

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    Assim, as cozinhas ganharam força nos projetos de design de interiores com seus proprietários em busca de harmonização de cores e, principalmente, da estética de alguns eletrodomésticos ou acessórios que, embora sejam necessários, podem não combinar com a proposta de decoração da cozinha. Assim, cada vez mais, é comum ver geladeiras, fogões e micro-ondas, além de aparelhos como fritadeiras, panelas elétricas, mixers, panelas de cozimento, entre outros, escondidos, geralmente em armários planejados.

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    Nos Estados Unidos, essa é uma das tendências da vez. Em especial quando se fala em geladeiras, que mesmo grandes, são bem camufladas, a ponto de as pessoas terem que caçar gelo como se fossem pedras preciosas. “Há muito tempo não tenho um cliente que queira mostrar sua geladeira”, disse Martyn Lawrence Bullard, designer de interiores inglesa responsável por projetos das residências da cantora Cher, do estilista Tommy Hilfiger e da modelo Kylie Jenner, ao jornal The New York Times.

    Cada vez mais, esses aparelhos imediatamente reconhecíveis por seu tamanho, forma e aparência encontram-se tampados por portas ou posicioados em painéis com fachadas projetadas para acomodar peças embutidas e personalizadas. Hoje, é comum olhar para uma cozinha de luxo recém-construída e não saber se ali tem ou não uma geladeira. “Todos querem cobrir esses aparelhos com painéis”, afirmou Shannon Wollack, fundadora da Studio Life / Style, empresa de design de interiores em West Hollywood e criadora da cozinha da atriz Hilary Duff, cuja geladeira está escondida por painéis azuis.

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    No Brasil, a tendência também ganhou força. Na CASACOR SP, apareceu em alguns espaços como na residência criada pela arquiteta Débora Aguiar em parceria com a Todeschini, que traz uma cozinha minimalista e eletrodomésticos escondidos em armários, e no interessante projeto assinado pelas arquitetas Fernanda Morais, Fernanda Tegacini e Nathalia Mouco, da Très Arquitetura junto à Portinari, com uma cozinha completamente integrada e “escondida” na estante da sala, como se fosse um só ambiente. “Com nichos abertos mesclados com um espaço fechado, criado para acomodar as principais funções de uma cozinha, sem deixar nada exposto se tornam um elemento divisor. Pensado para ser funcional, atendendo aos usos do cotidiano e oferecendo ao living um toque versátil e informal”, diz a arquiteta Fernanda Morais.

    Geladeira no armário x Armário geladeira

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    O conceito de uma cozinha moderna, porém não se resume apenas às geladeiras indo para dentro dos armários. O contrário também acontece, contudo de forma mais complexa: armários se tornam geladeiras. “Todo mundo quer ter gavetas de geladeira”, disse Bullard, referindo-se aos armários embutidos que possuem cavidades de refrigeração, em geral para manter bebidas geladas. “A maioria das pessoas quer quatro ou seis divisórias”, completa.

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    Essas “segundas geladeiras” não são exatamente uma novidade nos lares norte-americanos. Uma pesquisa de 2015 da US Energy Information Administration apontou que 30% das residências, cerca de 35 milhões, tinha pelo menos duas geladeiras conectadas e ligadas o tempo todo. O que distinguia esses refrigeradores adicionais, porém, era justamente sua localização oculta: de acordo com o levantamento, a maioria ficava em porões ou garagens. Esconder a tecnologia de refrigeração de última geração na cozinha, porém, pode sair bem caro. Muitos dos clientes de Wollack, por exemplo, optaram por geladeiras equipadas com uma gaveta magnética ao redor da borda da porta interna que cria uma vedação a vácuo para bloquear o ar quente. Esses aparelhos, de acordo com a designer de interiores, “podem facilmente chegar a US$ 15.000.”

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    Mas que fique claro: o maior intuito dessas pessoas é refrigerar itens perecíveis, e não mais congelá-los, o que faz o freezer cair cada vez mais em desuso. “Congelar alimentos está fora de moda. As pessoas estão dando preferência a alimentos orgânicos. Freezer só para fazer sorvete”, afirma Wollack. Os filtros também não são mais bem-vindos: agora, só torneiras de água filtrada. “O sistema de filtragem de água da geladeira tem uma aparência meio antiquada e nunca combina com as gavetas embutidas”, acrescenta Bullard.

    Os dois designers concordam que essa vontade de esconder eletrodomésticos vem das cozinhas serem cada vez mais usadas como um espaço social e não apenas aquele lugar para preparar alimentos. “As cozinhas costumavam ser escondidas. Tinha uma porta e era onde ficavam todos os aparelhos, como um espaço de trabalho. Agora, as cozinhas são mais um estilo de vida. Nada mais natural do que querer torná-lo bonito e perfeito”, finaliza Wollack.

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