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Leilão de peças dos filmes de James Bond celebra os 60 anos de 007

O evento também encerra a era do agente secreto como o conhecíamos

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 25 set 2022, 08h00

Arte 007

Não há espião mais charmoso do que ele. Roupas bem cortadas, cabelo impecável, apreciador da boa mesa, perfeito no trabalho e um contido, porém indisfarçável, sotaque britânico garantem a James Bond, o icônico personagem criado pelo escritor britânico Ian Fleming (1908-1964), a mais longeva carreira do cinema em filmes do gênero. O primeiro, 007 contra o Satânico Dr. No, de 1962, e lá se vão sessenta anos, deu início a uma das mais bem-sucedidas franquias das telas — 25 filmes, com mais de 10 bilhões de dólares arrecadados, seis prêmios Oscar e quatro Globo de Ouro. Bond, o agente de Sua Majestade — e Sua Majestade foi sempre Elizabeth II — é pop.

Em torno dele, e depois de tanta vivência, foi criado um universo próprio preenchido por objetos, roupas e acessórios. Algumas dessas relíquias, a maioria usada em cena por um dos seis atores que deram vida ao espião — Sean Connery, George Lazenby, Roger Moore, Timothy Dalton, Pierce Brosnan e Daniel Craig —, estão em leilão na casa inglesa Christie’s como parte das celebrações pelas seis décadas do querido personagem no cinema.

'007 contra Octopussy' -
‘007 contra Octopussy’ – (Sunset Boulevard/Corbis/Getty Images; CHRISTIE’S/.)

arte 007

Foram escolhidos itens de todos os filmes. Dividido, o evento terá uma parte presencial, ao vivo, que acontece em 28 de setembro, em Londres, com 25 lotes compostos de veículos, relógios e figurinos, a maioria relacionada ao filme 007 — Sem Tempo para Morrer, do ano passado. Entre os produtos, está o Aston Martin DB5, com câmbio manual e sistema de freios e suspensão personalizados, especialmente desenvolvidos pela montadora britânica com o apoio do mago Chris Corbould, supervisor de efeitos especiais do longa. O preço de saída para arrematar a máquina é de 8 milhões de reais. O restante engloba 35 lotes que estão sendo vendidos virtualmente — os lances podem ser dados até o dia 5 de outubro. Eles se dividem em pôsteres e peças, como um menu que Bond usa em uma cena de 007 contra a Chantagem Atômica (1965) para pedir caviar beluga e champanhe no Café Martinique, nas Bahamas. O lance inicial é de 4 700 reais. O item é um dos três objetos a ser vendidos que remetem aos longas protagonizados pelo ator escocês Sean Connery (1930-2020), até hoje considerado por muitos a melhor versão do agente. Connery fez seis filmes, incluindo o primeiro, até Os Diamantes São Eternos, de 1971. Os outros dois objetos à disposição são pôsteres de 007 contra Goldfinger, de 1964, e de Os Diamantes São Eternos.

'007 - Sem Tempo para Morrer' -
‘007 – Sem Tempo para Morrer’ – (Nicola Dove/MGM; CHRISTIE’S/.)

arte 007

Desde que surgiu, Bond nunca deixou da fascinar. Duas características, inquestionavelmente, estão na origem de sua capacidade de atração. O humor de fino trato e a empatia discreta, porém sedutora. Contudo, há algo mais forte: ele abre para o mundo do cotidiano ordinário e enfadonho uma fresta de onde o homem comum pode espiar um universo — fictício, é verdade — habitado por gente que passa os anos a rodar o mundo salvando o planeta metida em smokings, carrões e na companhia de belíssimas mulheres. “As pessoas que acompanham o 007 têm essa fantasia do super-herói real”, diz a atriz, cineasta e apresentadora Marina Person. Mas, como Bond mesmo sabe, tudo muda muito rapidamente. Não é por outra razão que ele apareceu no último filme, encarnado por Craig, como uma figura menos onipotente, até vulnerável, pode-se dizer, às emoções do amor — um salto evolutivo e necessário em relação aos Bond antigos. E o James Bond como o conhecíamos dos últimos sessenta anos já não é o mesmo de antes, sacrificando-se para salvar Madeleine, a paixão de sua vida, e Mathilde, a filha do casal. Os cinéfilos esperam agora saber quem será o novo 007. Quem sabe, uma mulher. Quem sabe, em vez de carrão, bicicletas? E certamente a serviço, agora, não mais da rainha, mas de um rei, Charles III.

Publicado em VEJA de 28 de setembro de 2022, edição nº 2808

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