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Em guerra, Ucrânia volta a ter semana de moda. Saiba como será

Evento fashion será em setembro. Local de desfiles terá abrigos antibombas e estilistas e modelos sairão às ruas de Kiev pedindo paz

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 1 ago 2024, 15h33 - Publicado em 1 ago 2024, 15h18
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  • Pessoas ligadas à indústria da moda protestam contra guerra na Ucrânia durante a semana de moda de Milão, em 2022
    Pessoas ligadas à indústria da moda protestam contra guerra na Ucrânia durante a semana de moda de Milão, em 2022 (Getty Images/Getty Images)

    Após dois anos e mesmo em guerra, desde a invasão russa em 2022, a Ucrânia voltará a ter sua fashion week. Os organizadores do evento anunciaram a 55ª edição da Semana de Moda da Ucrânia para setembro, em solo ucraniano, com cerca de 50 marcas apresentando desfiles, instalações e performances no país de Volodymyr Zelensky. 

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    “Ainda temos e sentimos guerra em todo o país”, disse Lisa Ushcheka, chefe de comunicações internacionais da Semana de Moda da Ucrânia, em entrevista à emissora de televisão internacional CNN. Mas, segundo ela, é a nova realidade do país e, por isso, se adaptarão. “Existem regiões que estão sob bombardeio intenso por causa dos ataques com mísseis, apagões e cortes de energia. Temos que viver nessa realidade de guerra”, justificou.

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    A maioria dos desfiles e eventos da semana de moda ucraniana será no Mystetskyi Arsenal — o Complexo Nacional de Arte e Cultura da Ucrânia, já equipado com um forte sistema de defesa que inclui abrigos antibombas para o caso de ataques aéreos.

    Além disso, os organizadores afirmaram que todas as medidas de proteção estão sendo instaladas para qualquer problema, inclusive no desfile de estilistas e modelos que acontecerá nas ruas de Kiev, em “uma demonstração simbólica de unidade.”

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    Protestos e Manifestos na Moda

    A invasão russa na Ucrânia, no dia 24 de fevereiro de 2022, coincidiu com a temporada internacional de desfiles para o inverno 2022/23 em Milão, Nova York, Londres e Paris. Nas últimas três temporadas, no entanto, os designers ucranianos apresentaram suas coleções em Londres, Berlim e Copenhague.

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    Na época, marcas de luxo poderosas também se posicionaram contra a guerra, não só se unindo ao movimento internacional que pedia o fim do conflito e tentava isolar economicamente o país de Vladimir Putin, mas colocando referências de paz e solidariedade em suas passarelas.

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    Giorgio Armani, por exemplo, fez suas modelos desfilarem em completo silêncio em respeito ao povo ucraniano. Já a Balenciaga apagou todas as postagens de suas redes sociais para deixar apenas uma imagem da bandeira da Ucrânia. Depois, substituiu pelo vídeo do desfile em Paris, que mostrava as modelos em vestidos longos, amarelo e azul, em referência à bandeira do país atacado por Putin.

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    Grifes esportivas como a Nike e a Adidas também tomaram medidas de protesto. A Nike fechou suas lojas online na Rússia e a Adidas suspendeu o patrocínio à seleção russa de futebol, vestida pela marca desde 2008.

    A indústria da moda ainda criou um manifesto contra a guerra. Liderado pelo fotógrafo britânico Nick Knight, a designer italiana Angela Missoni e o estilista britânico Christopher Kane, o documento dizia que a violência da invasão na Ucrânia ia contra tudo o que defendem e não trazia nada além de destruição, sofrimento e tristeza.

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    “A moda tem poder. A moda é uma indústria de trilhões de dólares, com gigante influência cultural, econômica e até política. Em tempos de crise, é fácil descartar esse poder, chamá-lo de supérfluo, frívolo, surdo, hipócrita ou não-essencial. Mas nossas cadeias conectam países em todo o mundo, nossa mídia alcança massas de seguidores em todos os lugares, nossa linguagem compartilhada de criatividade é universal. Somos uma indústria repleta de talentos, habilidades, redes e conexões. Essas ferramentas sempre podem melhorar a vida das pessoas ao nosso redor – seja em larga ou pequena escala. Onde quer que você esteja, não vire as costas, não feche os olhos”, dizia o manifesto, assinado por mais de 1.500 pessoas ligadas a esse universo, entre estilistas, fotógrafos, editores de revistas, diretores criativos, designers gráficos, agentes, modelos, maquiadores, artistas, professores, pesquisadores e estudantes.

    Desafios

    De acordo com Ushcheka, os organizadores discutem a possibilidade de retorno da semana de moda à Kiev há seis meses, na esperança de dias melhores. Ela porém, não descarta o cancelamento do evento, caso o conflito se agrave.

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    E ainda contam com o desafio de várias organizações internacionais como o Escritório de Relações Exteriores, a Commonwealth, o Departamento de Desenvolvimento do Reino Unido e o Departamento de Estado dos Estados Unidos desaconselhando viagens para a Ucrânia.

    Boa Ação

    Além da moda em si, a semana fashion da Ucrânia incentivará ações positivas contra a guerra. A começar pelas próprias marcas, que para participar, fizeram uma doação para apoiar uma nova unidade de cuidados paliativos em Kiev, onde serão adquiridos equipamentos médicos para as pessoas que sofreram lesões graves durante os conflitos.

    Os convidados também poderão doar, segundo Ushcheka. “Queremos inspirar até por ser um evento histórico, uma semana de moda acontecendo em um país em guerra”, disse ela. “A vida não para”, completou.

     

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