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Dos aumentos de preços ao TikTok: como a eleição de Trump vai impactar a moda?

Ações do ex-presidente podem afetar o setor fashion, desde produtos nacionais e importados até práticas sustentáveis e mídias sociais

Por Simone Blanes Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 13 nov 2024, 18h12

A volta de Donald Trump à Casa Branca, nos Estados Unidos, poderá ter alguns impactos na moda. Não que o presidente eleito vá ter alguma influência sobre coleções ou qualquer coisa parecida – algo bastante improvável – mas algumas de suas políticas podem afetar o mercado nacional e internacional – especialmente às que se referem a assuntos como importação, sustentabilidade, aumento de tarifas e tecnologias.

Mais do que tudo, porém, a apreensão se dá pela imprevisibilidade de Trump. É praticamente impossível definir como será esse segundo mandato e o impacto que terá na moda, mas podemos ter algumas pistas, enumeradas abaixo:

Aumento de impostos e preços

Já é sabido que a política comercial de Donald Trump promove aumentos significativos em impostos sobre produtos estrangeiros, o que, consequentemente, aumenta o preço de matérias primas como tecidos, essenciais para a produção de moda, e o valor repassado para o consumidor final, diminuindo seu poder de compra. No primeiro mandato, o ex-presidente aplicou taxas que chegaram a 20% sobre todas as importações, que impactou diretamente os preços, especialmente para as grifes de luxo da Europa. Para a China, principal concorrente dos Estados Unidos, as tarifas foram elevadas a 100%.

Adeus à Sustentabilidade

Também não é segredo para ninguém que o ex-presidente não incentiva a sustentabilidade ou a preservação do meio ambiente. Sendo assim, muitas marcas de moda podem relaxar ou abrir mão de práticas sustentáveis por não serem encorajadas a adotá-las ou mantê-las.

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American First

A política de incentivo para a produção interna nos Estados Unidos, adotada por Trump, pode até fortalecer o mercado e a economia do país, diminuindo a dependência de produtos importados, mas há problemas a serem enfrentados, que impactam diretamente a moda. A começar pela própria falta de mão de obra qualificada e infraestrutura no país, o que encarece o produto final e diminui a competitividade de produtos americanos em escala global. A ideia de deportação de imigrantes do país, que trabalham na indústria, também causaria grande impacto.

Imprevisibilidade na Tecnologia

Durante seus quatro anos como presidente, Trump iniciou procedimentos para banir o TikTok dos EUA (medida que acabou sendo bloqueada pelos tribunais), atacou publicamente as empresas de mídia social por “preconceito anticonservador” e iniciou uma investigação contra o Google. Agora, suas ações em tecnologia podem ter impacto na indústria da moda, de forma a moldar como as marcas alcançam os clientes, a tecnologia à qual eles têm acesso e quem compra seus produtos.

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O que será do TikTok?

Uma dessas ações se refere ao destino do TikTok, hoje um dos canais mais importantes da moda para angariar clientes. Em abril, o presidente Joe Biden assinou uma legislação que deu à proprietária do TikTok, ByteDance, 270 dias para vender o aplicativo a um comprador aprovado pelo governo ou vê-lo banido nos EUA. A rede social trava uma batalha judicial, em que a decisão deverá sair até o início de dezembro.

Embora ele mesmo tenha dado o primeiro passo, Trump mudou o discurso se opondo à proibição do aplicativo, não porque considere o TikTok uma ameaça menor à segurança nacional dos EUA, mas por ser popular e a decisão beneficiar a Meta e o fundador Mark Zuckerberg, de quem ele não gosta. “Se você se livrar do TikTok, o Facebook e o Zuckerschmuck dobrarão seus negócios”, Trump postou em sua rede social , Truth Social, em março. “Não quero que o Facebook, que trapaceou na última eleição, se saia melhor. Eles são um verdadeiro inimigo do povo!”

Embora Trump não possa revogar uma lei sem o Congresso, pode ordenar que o Departamento de Justiça dos EUA não a aplique ou pressionar o Congresso a se opor. A ByteDance, por sua vez, prefere fechar o TikTok a vender. Ou seja, um destino improvável.

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Mídia social moderada

Durante seu primeiro mandato, Trump acusou grandes empresas de tecnologia de suprimir pontos de vista conservadores e trabalhar para fraudar a eleição de 2020 contra ele. Com os republicanos controlando o Senado e provavelmente ganhando o controle da Câmara, ele pode forçar uma revogação da Seção 230, que protege as plataformas de tecnologia da responsabilidade pelo conteúdo que seus usuários postam e lhes dá margem para moderar o discurso em seus sites. Se isso acontecesse, é difícil dizer como afetaria as marcas de moda, mas, no mínimo, teriam que repensar seus posicionamentos de anúncios.

IA para o futuro

Trump já prometeu desmantelar a política de Biden para uma maior supervisão regulatória da IA. ​Ele quer remover barreiras que possam desacelerar a inovação e garantir que os EUA mantenham sua liderança em IA sobre a China. Seja qual for a política de IA de Trump tome, no entanto, os impactos na moda são mais sobre quais capacidades ela pode oferecer no futuro, do que agora, já que não afetarão as marcas que já usam para tarefas como previsão de demanda, personalização online e assistentes de compras online de varejistas.

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A volta da criptomoeda

Trump, que certa vez disse que o Bitcoin “parece apenas uma farsa”, adotou uma abordagem pró-cripto durante sua campanha e prometeu fazer dos EUA a “capital cripto do planeta”. Tanto que sua vitória sobre Kamala Harris, provocou uma alta nas criptomoedas, com a indústria esperando que ele crie um ambiente regulatório mais amigável para cripto e possa incorporá-lo mais ao sistema financeiro convencional, proporcionando um grande impulso à indústria.

Mas e a moda? Embora as marcas tenham recuado de suas incursões em criptomoedas e blockchains após a queda do mercado no final de 2022, o maior impacto na moda antes da crise pode ter sido a criação de uma nova classe de compradores de luxo que gastaram muito por status. Após a queda, porém, muitos recuaram. Se a indústria prosperar novamente sob Trump, isso poderia ajudar a reviver os gastos alimentados por criptomoedas em bens de luxo — pelo menos, por enquanto.

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