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Whitesnake e Scorpions: dois tiozinhos que ainda funcionam

O grupo inglês e o quinteto alemão repetem a dobradinha que fez tanto sucesso no Rock in Rio 85 e ainda se apresentam num festival de rock em São Paulo

Por Sérgio Martins Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 20 set 2019, 18h10 - Publicado em 20 set 2019, 18h08
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  • Quando se apresentaram no primeiro Rock in Rio, em 1985, Scorpions e Whitesnake passavam por um momento semelhante em suas carreiras: ambos queriam conquistar o mercado americano. O quinteto alemão tinha uma larga vantagem. Discos como Animal Magnetism (1980), Blackout (1982) e Love at First Sting (1984) tinham tido bons resultados nas paradas dos Estados Unidos. Os Scorpions ainda vinham de uma consagradora apresentação no U.S. Festival, em 1983, evento no qual o Van Halen recebeu a quantia astronômica de 1 milhão de dólares para fechar a noite. O Whitesnake, por seu turno, iniciava as mudanças que iriam desencadear no disco Whitesnake (1987), obra-prima do chamado rock farofa. Os guitarristas Bernie Marsden e Micky Moody, tinham sido substituídos por Mel Galley, dono de solos mais rápidos e agressivos. Posteriormente, Galley daria a vez para John Sykes, ex-Thin Lizzy, que deu uma liga e tanto com o vocalista Dave Coverdale, o baterista Cozy Powell e o baixista Neil Murray.

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    Os caminhos de Whitesnake e Scorpions voltam a se cruzar por aqui, 34 anos após suas consagradoras apresentações no país. Os ingleses e os alemães fazem parte da oitava edição do Rock in Rio, ambos como shows principais do festival. O grupo liderado por Coverdale se apresenta no dia 28 de setembro no Palco Sunset, fechando uma noite que tem ainda Titãs e o grupo brasileiro Ego Kill Talent. Os Scorpions, que tem como ponto alto as guitarras de Rudolf Schenker e Matthias Jabs, além dos vocais agudos – hoje, nem tão agudos – de Klaus Meine fecham a noite do dia 04 de outubro no Mundo, o principal palco do evento. Mas antes de se bandearem para as terras cariocas, Scorpions e Whitesnake invadem o Allianz Park, em São Paulo, neste sábado. A dupla participa do Rockfest, que traz ainda Armored Dawn, Helloween e Europe (ainda há ingressos disponíveis há disposição no site site.ingressorapido.com.br/rockfest).

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    Scorpions: hard rock que adotou o jeito americano de se fazer rock de estádio (Divulgação/Divulgação)

    As apresentações nos grupos no Rock in Rio foram consagradoras e certamente os credenciaram para voos maiores. Principalmente os ingleses, que vieram no vácuo do cancelamento do Def Leppard – cujo baterista, Rick Allen, tinha perdido o braço num acidente automobilístico. O grupo inglês foi a primeira atração internacional a se apresentar na festa, após Ney Matogrosso, Erasmo Carlos (que acabou sendo expulso do palco por uma horda de headbangers loucos pelo Iron Maiden), Pepeu Gomes e Baby Consuelo (hoje Baby do Brasil). O Whitesnake era então uma incógnita. Não se sabe qual formação iria pisar no palco – vivíamos num período pré-internet – nem que tipo de performance eles fariam. Mais blues? Mais rock? Mais puxado para o heavy metal. A resposta seria: nenhuma das três. Ou melhor: as três, dependendo de cada canção. A presença de Sykes, um músico que acelerou o hard rock do Thin Lizzy nos anos 80 (recomenda-se muito escutar o Thunder & Lightning, disco de estúdio em que ele tocou) envenenou as canções com solos rápidos; Cozy Powell, famoso por “descer” a mão em discos do Jeff Beck Group e do Rainbow, deu a elas o peso necessário. Mas a essência de Coverdale, que entrou garoto no Deep Purple, ainda era o blues – depois ele iria descolorir as madeixas e se tornaria um ícone de um hard rock mais radiofônico. O lado bluesístico iria aflorar em canções como Crying in the Rain e Here I Go Again. Um show inesquecível e que rendeu a Coverdale até uma música de comercial de cigarros. A partir do Rock in Rio, o Whitesnake finalmente decolou.

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    Quando pisaram no palco do Rock in Rio, os Scorpions já eram uma banda de alta patente. As duas performances do grupo alemão faziam parte da turnê que gerou o álbum ao vivo World Wide Love, lançado naquele mesmo ano de 1985 O quinteto tinha mudado sua sonoridade algumas vezes. Começaram com um híbrido de hard rock e psicodelia e foram moldando sua sonoridade para o chamado “rock de estádio”, que fazia sucesso nos Estados Unidos por causa de bandas como Journey e REO Speedwagon (embora o quinteto alemão fosse um pouquinho mais pesado). O show deles foi uma espetáculo para grandes massas, com o grupo saindo de uma jaula de acrílico e movimentos de guitarra coreografados. Os Scorpions tinham como hábito homenagear o país em que se apresentavam com uma música local – que possui o disco Tokyo Tapes deve se lembrar de Kojo no Tsuki. O Rio ganhou uma atrapalhada, mas bela versão da marchinha Cidade Maravilhosa.

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    Whitesnake e Scorpions, claro, estão longe de seus dias de glória. Mas a exemplo daquele jogador veterano que pode fazer um golaço a qualquer, as apresentações desses dois grupos rendem momentos para se guardar na memória. O Whitesnake chega com o baterista Tommy Aldridge, que no Rock in Rio 85 tocou na banda de Ozzy Osbourne, e é um monstro das baquetas. Os guitarristas Reb Beach e Joel Hoekstra seguram bem o posto que um dia foi de Mel Galley e John Sykes, ainda que não repitam o brilho dos solos de seus antecessores. Os Scorpions ganharam uma vida extra com o baterista Mikkey Dee, ex-Motörhead, e sempre são uma garantia de performances arrebatadores. Além disso, ambos os grupos são um caminhão de hits. Sim, é um show de tiozinhos. Mas mesmo os tiozinhos têm direito a seus momentos de brilho.

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