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Roberto Carlos no Rock in Rio? Bastidores e desejos de curador do festival

Zé Ricardo, vice-presidente artístico do evento, falou à coluna GENTE durante edição de Lisboa

Por Valmir Moratelli, de Lisboa
28 jun 2024, 07h00

Zé Ricardo, produtor musical, compositor e cantor conversou com a coluna GENTE nos bastidores do Rock in Rio Lisboa, que se encerrou no domingo, 23. Ele, que acaba de assumir a vice-presidência artística do festival, falou sobre os preparativos da edição comemorativa dos 40 anos em setembro no Rio de Janeiro e fez um balanço dos 20 anos em Lisboa. Confira a seguir o bate-papo.

Você assumiu recentemente a vice-presidência artística do Rock in Rio. Quais são as suas funções nessa estrutura? Às vezes os amigos perguntam assim: ‘você sonhou com essa posição?’. Falo que não, porque não existia isso. Fiquei muito honrado do festival criar uma posição para mim. Todos os lineups que penso têm sempre uma mensagem subliminar por trás, os artistas são protagonistas da história que estou querendo contar. Por exemplo, no Dia Brasil (dedicado a artistas nacionais), no dia das mulheres, tem sempre uma conversa… Seja ela de estado, de humanidade, de pluralidade, diversidade. E essa posição me permite tentar uma visão macro de diálogos, para que todos os palcos dialoguem. É essa minha função.

Uma busca pela diversidade? A mensagem do Rock in Rio, desde o início, é que o festival é para todas as tribos. Só que no mundo tão plural, é preciso que ele seja feito na prática. O entretenimento é uma maneira inteligente de colocar as pessoas para pensar. Quando coloco Baiana System com o Ney Matogrosso, estou colocando as pessoas para pensar. Como quando coloco Sepultura e Zé Ramalho, idem. O projeto de curadoria em um festival desse tamanho tem que ser espelho da sociedade.

Uma das novidades do próximo Rock in Rio é o Dia Brasil. Como foi esse processo? O Roberto Medina quis fazer o Dia Brasil e coube a mim conceituar. Mas é um pouco frustrante, porque não cabem todos os estilos, né? Faltou reggae, faltou forró, alguns artistas… Mas lido com muito amor, com respeito. Também sabendo que curadoria é assim: você coloca Paulo, o cara quer Pedro; daí você coloca Pedro, o cara quer Paulo. Você anuncia Bruno Mars, ele fala que esperava mais. Aí você anuncia Ivete, o cara fala ‘RIP Rock in Rio’.

Você costuma responder a essas críticas? Rede social eu não respondo. Artista eu respondo quando acho que foi respeitoso. Quando não foi respeitoso, não respondo.

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Respondeu a Fafá de Belém (a cantora alegou que o norte do país não foi lembrado)? Não respondi a Fafá de Belém. O artista pode ligar, mandar uma mensagem quando tem dúvida de alguma coisa… A Fafá foi muito bem tratada no nosso festival, muito bem recebida. Não lembro de ter um outro festival como o do nosso tamanho que também tenha feito, como nós, uma homenagem ao Pará, hasteou uma bandeira de três metros do Pará, fez um show trazendo os maiores representatividades do Pará. Já homenageei João Donato. A Gaby Amarantos esteve na minha programação ‘n’ vezes. Não faz sentido (a crítica dela) para mim. Respeito, mas não faz sentido. Cada um se manifesta da maneira que quiser e como quiser. Às vezes há comentários pertinentes e você fala: ‘não, está certo’, e pede desculpas. Mas esse? A gente fez uma coletiva no Bar da Dona Onça para todos os artistas do Pará! Não bastasse isso, na última edição do Rock in Rio, fizemos uma arena sobre a Amazônia, com todos os artistas amazonenses. Por que do último Rock in Rio para cá a gente começou a odiar o norte?

Ficou alguma mágoa com ela? Não ficou mágoa, porque nesse trabalho não lido assim. Respondi a Fafá? Não, porque ela tem o meu telefone, podia ter mandado uma mensagem antes disso. Mas a Fafá é uma grande artista, eu a respeito muito. Respeito inclusive a opinião dela, mas não concordo.

Ivete Sangalo já é uma personagem carimbada no Rock in Rio. Como é essa relação? Ela é um fenômeno e tem uma relação com o festival que vai muito além de contratação. Brinco que tem artistas que não tocam no Rock in Rio, ‘são’ o Rock in Rio. Ivete se identifica com a nossa marca e a nossa marca se identifica com ela. Aí entra o fato da artista se reinventar a cada show, a cada disco, nunca ser o mesmo show. É um artista que gosta de provocar, de se reinventar.

Para o anúncio do Dia Brasil, cerca de quarenta artistas se reuniram no Rio de Janeiro. Como foi aquela logística? Foi um grande show. Porque com todas as dificuldades de logística, muitos artistas desmarcaram shows e compromissos para estar ali naquele dia. Mas o mais legal é ter conseguido fazer com que todos entendessem que era sobre um coletivo. Essa foi a minha missão mais complexa. E foi natural. Porque fiz um vídeo individual, para cada um, quando acabei a música. Foram 60 e poucos vídeos, passei o dia enviando mensagens a cada um deles.

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Quem você quer muito ainda que esteja no Rock in Rio? Veria Roberto Carlos no Rock in Rio, por exemplo? Vejo, mas quem viu antes foi o Roberto Medina. Ele já quis isso há muito tempo, mas a gente nunca conseguiu viabilizar. Só que a gente nunca desistiu, estamos tentando coisas. Agora, tem muita gente que gostaria de trazer, que ainda não trouxemos. A Marisa Monte por exemplo, uma artista que adoro. Internacional, a gente sonha com a volta da Lady Gaga.

O presidente português esteve aqui no festival. Qual a importância disso? É a presença da força da marca. A gente teve Bill Clinton num outro Rock in Rio. A força da marca aqui em Portugal, que é um país que abraçou o festival de uma maneira única, é ótima.

E sobre a possibilidade de diminuir um dia do The Town, em São Paulo, é algo que está mesmo sendo pensado? O The Town é um baby, tem muitas construções, novos palcos, ideias novas que podem acontecer. Isso é o bonito da marca, a gente não está satisfeito. Todo ano a gente está se reinventando nos nossos festivais.

Qual será o show imperdível do Rock in Rio de setembro? A minha resposta são várias. A homenagem a Alcione pela Orquestra Sinfônica Nrasileira, vários artistas da música brasileira, inclusive Péricles, vai ser um momento único. O show da Mariah Carey, Glória Gaynor, MC Cabelinho com Coral das favelas. E, claro, o Dia Brasil, tendo desde Roberto Menescal e Bossa Nova ao show do trap e do pop. A gente está trabalhando nisso, porque ninguém viu aquilo que vai acontecer. São todos inéditos.

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