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Os motivos por trás da ‘aposentadoria’ das eternas musas do carnaval

Nomes como Luma de Oliveira e Luiza Brunet já não atravessam a Sapucaí

Por Giovanna Fraguito Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 6 fev 2024, 10h00

Enquanto muitas musas se preparam para o Carnaval 2024, em rotinas de exercícios pesados em academias ou aulas de samba, outras que já brilharam na Avenida traçam o caminho oposto: fogem da folia. Ainda assim, foram tão emblemáticas que volta e meia seus nomes surgem como possibilidade de retorno à festa. Mas a maioria não quer nem mais ouvir falar nisso.

Sempre aguardada pelas arquibancadas, Luma de Oliveira, 59 anos, que desfilou de 1987 a 2009 pela Portela, começou em cima de alegorias. Depois se tornou rainha da bateria. Ela é uma das que escolheram há algum tempo deixar a folia de lado. “Não vou desfilar mais. Já expliquei que é sábio sair um pouquinho antes. Sou muito atenta. Dava pra desfilar mais dois ou três anos, mas algo me disse: ‘fecha esse carnaval na Portela’. Foi a primeira escola que decidi sair em ala e fechei como rainha de bateria, o universo conspirou”, disse em recente entrevista. Hoje em dia Luma é vista acompanhando os desfiles de uma frisa particular, longe do burburinho e conforto dos camarotes.

Nome que se destacou por décadas entre os sambistas, Luiza Brunet, 61 anos, decretou sua aposentadoria das plumas em 2012, seu último ano como rainha. Bem antes disso, na Portela, foi rainha de 1986 a 1994. Na Imperatriz Leopoldinense, ficou à frente dos ritmistas por dois períodos: de 1995 a 2005; e de 2008 a 2012. Ficou afastada do carnaval por quatro anos, retornando à Imperatriz como destaque em 2017. Depois, só voltou no ano passado, numa homenagem de ex-rainhas no centenário da Portela. “Meu maior momento no carnaval foi essa última passagem, por tudo o que represento agora e pelo que nós, mulheres, precisamos: de representatividade e visibilidade para estar mandando uma mensagem”, disse Luiza, agora ativista do direito das mulheres.

Na mesma leve de grandes nomes que marcaram os anos 1980-1990, Monique Evans, 67, foi a primeira rainha de bateria da Mocidade, em 1984, quando o posto nem era tão cobiçado. Ela reinou na verde e branca até 1987. Depois ocupou o mesmo posto na São Clemente e, em 1992, foi campeã com a Estácio de Sá, escola onde ficou até 1993 – além de desfilar também pela União da Ilha do Governador, Grande Rio e Portela. Hoje Monique participa da folia como espectadora. No último carnaval, por exemplo, assistiu de camarote. Em recentes entrevistas ela explicou que “não tem mais saco” para aguentar a rotina de preparação. Monique é casada com a DJ Cacá Werneck, 37, com quem está junta há nove anos. “Não vou mentir como todo mundo mente […]. Não, não gosto de envelhecer. É uma coisa difícil, em todos os sentidos, porque você começa a não enxergar direito, começa a ter doenças, começa a não malhar como malhava antes. Fora que tudo vai caindo… Tomba mesmo”, disse a ex-rainha em recente entrevista.

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Famosa por inúmeras plásticas que fazia sempre na véspera dos desfiles, Ângela Bismarchi nem pisa mais na Sapucaí, local que a projetou para o estrelato. Hoje evangélica, aos 57 anos, estuda Teologia e fala de Jesus nas redes sociais. Em uma publicação no Instagram no carnaval de 2023, fez um comparativo entre a paz “do mundo e a de Jesus”. “A paz que o mundo oferece é temporária e incompleta. Mas a paz de Jesus é perfeita! Ela nos ajuda a vencer o medo e a viver corajosamente para Deus”, disse ela que, mesmo tendo largado a fantasia, ainda atrai polêmicas. Recentemente, a ex-musa foi acusada de maus-tratos a animais após vídeo divulgado nas redes sociais. Ângela negou as acusações.

Núbia Oliiver, 50, que já atravessou a Sapucaí como rainha de bateria da Império Serrano e madrinha de bateria da Vila Isabel, além de ter sido várias vezes musa, é outra “aposentada” do Ziriguidum. “Cumpri um ciclo delicioso no Carnaval, é divino, todo mundo deveria passar por essa experiência. Eu já fui madrinha e rainha de bateria, destaque de chão, de carro, só não estive na ala das baianas e bateria (risos), mas pra mim já deu! Tudo o que fiz foi com muito carinho e entrega, mas já encerrei meu ciclo carnavalesco, no tempo certo, porque hoje em dia tá tudo mudado, virou uma máfia”, diz a ex-modelo, sem dar detalhes do que seria a tal “máfia”.

Há possibilidade de que se trata do pagamento cobrado pelo cargo a ser assumido. Várias escolas, ainda que não admitam, cobram para que as rainhas sejam escolhidas. Outro motivo que tem afastado as veteranas do samba é a idade, já que o universo do carnaval sempre priorizou mulheres jovens em papéis de destaque. O etarismo, até ali, se faz presente.

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Fábia Borges, 48, esteve à frente da bateria da Unidos da Tijuca, de 1996 a 2006. A modelo era parte da comunidade tijucana, mas acabou saindo do posto por não participar dos ensaios, já que na época morava na Espanha. Atualmente saiu dos holofotes e não tem perfil aberto nas principais redes sociais. Quer o anonimato.

A modelo Enoli Lara, hoje com 72 anos, marcou a história do carnaval no Rio ao surgir completamente nua no desfile da União da Ilha, em 1989. O caso acabou provocando uma mudança no ano seguinte no regulamento da Liesa, que passou a proibir a genitália desnuda. Afastada da Sapucaí há anos, continua publicando fotos provocantes nas redes sociais, mas se diz conservadora e fez postagens em apoio aos golpistas dos atos terroristas de 8 de janeiro, em Brasília. Da alegria sempre vista na Sapucaí, ficou apenas a memória de quem a viu desfilar.

Por outro lado, há raras exceções de quem acaba mudando de ideia na aposentadoria. Valéria Valenssa, 52, que fez sucesso como a Globeleza das vinhetas de carnaval da TV Globo, volta a brilhar no mundo do samba em 2024. A coluna antecipou que ela participará do desfile da escola de samba União de Maricá, que, neste ano, estreará na Sapucaí pela Série Ouro. “Estou muito feliz e emocionada, pela minha relação com Maricá”, diz Valéria, que também foi rainha de bateria da Portela entre 1995 e 1999, depois em 2005. Seu desfile agora, entretanto, será sem as purpurinas numa nudez que marcou suas performances.

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