Gabriel Araújo, 22 anos, o Gabrielzinho, viralizou nas redes sociais mostrando a rotina de treinos na natação. Dono de três medalhas de ouro nas Paralimpíadas de Paris 2024, o nadador tem folga na piscina nas provas de sua classe, a S2, para pessoas com comprometimento físico-motor. Nos 200m livre, por exemplo, terminou quase 15 segundos à frente do segundo colocado. Ele possui um estilo próprio: a “golfinhada”, movimento ondulatório que o atleta faz na piscina. E ao final de cada vitória, exbanja carisma – dança, brinca, bota a língua para fora e dá entrevistas sem timidez. “Eu me sinto como se fosse o Homem Foguete. Foguete não dá ré, vai sempre em frente”, disse ao Comitê Paralímpico Internacional.
Antes de Paris, Gabriel já possuia dois ouros e uma prata em Tóquio 2020. Nascido em Santa Luzia, cidade mineira com pouco mais de 200 mil habitantes, ele é portador de focomelia, doença congênita (tem desde o nascimento) que impede a formação normal de braços e pernas, e conheceu a natação por meio de um professor de educação física da escola em que estudava, nos Jogos Escolares de Minas Gerais (JEMG). Aos 17 anos, já era destaque da modalidade ao subir quatro vezes no pódio dos Jogos Parapan-Americanos de Lima em 2019. “É sempre bom estar entre os melhores e competir com eles. Eu vim para nadar contra o relógio e contra mim mesmo, que é o que eu sempre faço. A natação significa tudo, transformou a minha vida. Nadar é algo que só depende de mim”, disse ele ao portal RFI Brasil, rádio francesa de notícias. Hoje o mineiro treina no Praia Clube, em Uberlândia.