Ao abandonar o clássico triângulo amoroso e partir para um quadrilátero de intrigas e amores, João Emanuel Carneiro fez de sua Mania de você uma narrativa de gosto duvidoso, que não consegue acertar em cheio o telespectador. Enquanto os personagens de Chay Suede, Agatha Moreira, Nicolas Prattes e Gabz, na linha de frente, brincam de enganar uns aos outros a todo custo, sempre em busca de dinheiro e vingança, a novela se assemelha à finada Malhação, que trazia jovens rebeldes que custavam a se dar conta de que já estavam bem grandinhos para certas ações.
As ambições que movem o arco dramático da atual trama das 9 são confusas para o horário, já que não permitem ao público adotar um lado na sua defesa. O que seria uma “inovação”, a falta de um herói, é outra questão problemática de se aceitar numa novela. É difícil gostar de alguém ali, visto que os quatro vértices desse quadrado são dúbios. A aposta em atitudes que parecem mimadas e fora do contexto é considerável tropeço a uma novela que não consegue desatinar os nós da audiência. Falta, por fim, um personagem sensato que sacuda tudo e grite em cena: “Jovens, cresçam”.