A cena foi horrível. Luisa Mell foi contatada pela polícia para ajudar no resgate de cachorros da raça pitbull confinados em uma chácara de Mairiporã, perto de São Paulo, onde participavam de uma rinha clandestina. A polícia prendeu 41 pessoas, entre eles cinco estrangeiros e um policial. Havia ali carcaça de pitbull morto.
O que aconteceu? O caso choca pela crueldade. Fomos chamadas pela polícia em uma missão complexa, mas fundamental: ali, todos os cachorros guerreiam até matar um ao outro. Foram treinados para isso, aliás. Ao todo, resgatamos onze animais muito machucados que, se não fosse a ação policial, seriam todos mortos. Levamos ao Instituto, onde ficarão separados até porque foram treinados a lutar. Não podem dividir o mesmo espaço. Um deles morreu pelo estágio avançado de feridas e há um segundo com a saúde bastante debilitada. A nossa missão é complexa: tratar de animais criados e estimulados para serem agressivos com outro bicho e, então, encontrar uma família para adotá-los. Com humanos, mesmo, esses pitbulls são carinhosos.
Por que havia carcaça de pitbull morto no local da rinha? Para estimular os bichos ainda vivos a lutarem mais, seja pelo cheiro ou pelo sangue. Eles também têm medo de acabarem daquela forma, então lutam mais e mais.
Um dos presos deixou fugiu do local, deixando na chácara os filhos de 12 e 14 anos… O que esperar de um pai que leva filho em rinha de pitbull? Eu não me surpreendo.