Luís Roberto Barroso, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministrou uma aula magna na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), na qual a coluna esteve presente, com o tema “Revolução tecnológica, recessão democrática e mudança climática: o mundo em que estamos vivendo”. Abrindo a solenidade, Barroso falou da próspera relação que tem com as mulheres que o rodeiam e com quem trabalha em conjunto.
“Sou um militante feminista de longa data. Quem acompanha minha vida no STF sabe que minha secretária-geral é uma mulher, doutora Adriana Cruz, professora da PUC, entre outras mulheres que me rondam. No gabinete digo que vivo num matriarcado. Tem dias que me sinto oprimido”, brincou Barroso na sexta-feira, 8, lembrando que estudou Economia por dois anos na instituição, antes de enveredar para o curso de Direito na UERJ. “Até hoje eu sonho que terá uma aula de pesquisa operacional e terei um desastre pela frente. É um tormento que todo estudante já passou na vida”, brincou.
Em seguida, o ministro relembrou momentos tensos vividos na década de 1960 naquele local, devido ao regime de opressão. “A primeira grande manifestação contra a ditadura militar aconteceu aqui no campus (…). Uma das coisas mais marcantes da minha vida… em 1977, alguém estendeu uma faixa nos fundos dos pilotis que dizia: ‘Pela anistia ampla, geral e irrestrita’. Lembro do meu sentimento quando vi aquilo. ‘Essa gente está doida’. Não havia este espaço para tanto. Na verdade, dois anos depois veio a anistia ampla, geral e irrestrita. De modo que às vezes a História anda devagar, porque a ditatura foi muito longa, mas às vezes anda depressa. Desde aquele momento passei a dar valor a um slogan da França de 1968: ‘seja realista, peça o impossível’. É assim que a gente consegue empurrar a História”.