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Leoni detalha briga com a ex, Paula Toller: ‘Foi muito desagradável’

Cantor e compositor, que lança singles em meio a novo álbum, conversa com a coluna GENTE

Por Giovanna Fraguito 2 dez 2024, 07h00
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  • Leoni, 63 anos, lançou recentemente Quem me dera, em parceria com Zélia Duncan. Este é o primeiro single do próximo EP Baladas Sortidas previsto para 2025. Também para o próximo ano, planeja novo álbum e show. Em mais de 40 anos de carreira, o fundador da banda Kid Abelha e os Abóboras Selvagens, ganhou sete discos de ouro, um DVD de ouro e tem por volta de 200 canções gravadas. Entre suas obras mais famosas estão Garotos II, Só pro meu prazer, Exagerado, Como eu quero. Ele conversa com a coluna GENTE sobre as parcerias com grandes nomes da música brasileira, como Cazuza e Frejat. Além disso, comenta o processo movido pela ex, Paula Toller, durante a eleição de 2018, por ele divulgar trecho alterado da música Pintura Íntima, em favor de Fernando Haddad.

    Ao longo das últimas semanas você vem lançando uma série de cinco singles, que começou com Zélia Duncan. De onde surgiu a ideia? Comecei a preparar um show novo, totalmente novo, durante a pandemia. Até que meu filho, que toca comigo, me disse para lançar o disco primeiro, aí gravei e fiquei com isso guardado, esperando a hora de lançar o show, no ano que vem. Nesse tempo, tem um monte de música que adorava e que não cabia no projeto de show. Escolhi cinco baladas que estão dormindo no meu HD e que gosto muito.

    A música foi gravada em casa, com mixagem do seu filho, Antonio Leoni, seu filho. É fácil trabalhar com ele? Adoro, ele é muito bom de estúdio e tem um saco danado para aprender sobre novos equipamentos, de efeitos e mixagens. Posso me concentrar em cantar, que ele vai fazer. Já foi a época que curti produzir coisas, agora estou querendo fazer música, cantar.

    Você já compôs com Cazuza, Ezequiel Neves, Hebert Vianna, Leo Jaime, além de ter sucessos interpretados por Ney Matogrosso, Daniela Mercury, Mart’nália, Fernanda Abreu, 14 Bis, Simoni, Frejat entre outros. Quem você destaca como prioridade? Tenho parceiros constantes. Adoro compor com Frejat, por exemplo. Mas agora estou compondo com um monte de outras pessoas que ainda não vi as músicas. Gravei e compus com Zeca Baleiro, estou animado. Mas, por exemplo, Cazuza é Cazuza né? Exagerado foi o maior sucesso dele. Me lembro de ter ido na gravação, acompanhado. Só pro meu prazer foi gravado pelo Bruno e Marrone. Já teve músicas da época do Kid Abelha gravadas por bandas de axé e de pagode. Gosto muito, adoro ser gravado por outras pessoas.

    Tem parcerias mais fáceis? Normalmente meus parceiros são fáceis, eu que sou chato, porque gosto do processo de composição. E me adapto muito fácil aos parceiros. Com Frejat, por exemplo, que só faz melodia, escrevo letras e mando para ele. Zélia é o contrário, só escreve letra. Então faço uma melodia e mando para ela.

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    Você é sempre lembrado pela canção Garotos II. O que acha da associação da letra ao universo gay? Nunca tinha ouvido essa associação até outro dia, quando Garotos II fez 100 milhões de execuções no Spotify e perguntei histórias das pessoas nas redes sociais. Aí um rapaz gay veio falar que essa música tinha tocado muito ele e estranhei. Porque na minha cabeça era uma música muito homem e mulher. Fiquei feliz. As pessoas descobrem significados que nunca imaginei. Na hora que você coloca a música no mundo ela deixa de ser sua, é de todo mundo.

    Ao longo de sua trajetória, você se consagrou como hitmaker. O que falta na música atual para termos grandes sucessos como antigamente? A forma de consumir música mudou. Antigamente, nem tão antigamente, não tinha essa coisa de música na internet, isso começou a ficar mais forte nos anos 2000. Antes, você ouvia a música pela rádio. E para ouvir na rádio, tinha que ouvir pela gravadora. E gravar um disco era caro. Havia poucas gravadoras, umas cinco no Brasil, que lançavam uns 20 artistas cada uma. Hoje você pode ter uma música de muito sucesso para um grupo e o resto do país não tem a menor ideia que aquilo existe. Essa coisa de ser um clássico, que todo mundo conhece, tem mais a ver com a forma de gravar, consumir, distribuir música, do que com as canções. Acho injusto com a geração quando vem gente me dizer: ‘poxa, não se faz mais música como antigamente’. Sou muito fã da Ana Frango Elétrico, da Sofia Chablau, do Johnny Hooker…

    Você lançou a segunda edição do livro Letra, música e outras conversas, de 1996, no qual entrevistou vários artistas sobre o ato de compor. Uma das alterações é a retirada de uma declaração homofóbica feita por Samuel Rosa, do Skank. Foi pedido dele se retratar? A história não se reescreve. Quando você disse uma coisa nos anos 80, não quer dizer que você diria isso hoje. O mundo mudou e as pessoas se deram conta de alguns absurdos que se normalizava. Em alguns casos, mesmo sabendo disso, a pessoa se sente incomodada em como vai ser interpretada. A galera mais nova tem sido mais radical no cancelamento. Mas algumas pessoas se sentiram incomodadas com poucas coisas e, quando pediram, eu tirei.

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    Você sempre se posicionou politicamente nas redes. Qual é o papel dos artistas na resistência à extrema direita que ressurge forte em vários lugares no mundo? Existe um trabalho sistemático de descredibilização dos artistas. Não foi uma coisa que aconteceu, foi bancada por bilionários no mundo todo, de tentar descredibilizar artistas, jornalistas e acadêmicos. Hoje a gente tem muito menos influência do que já teve. Antigamente, me lembro que a gente ia para tentar passar uma lei bacana no Congresso. A gente chegava lá e era recebido com tapete vermelho. Não havia deputado que fechasse as portas. Todo mundo queria receber, queria saber o que a gente pensava, tinha impacto nas pessoas.

    E hoje? Hoje tem um monte de gente dizendo que se você é artista, está numa bolha ou mama nas tetas do governo. O que nunca aconteceu. Não digo que está polarizado, porque está polarizado somente para direita. Mas a gente tem que se manifestar, não é porque a gente vai ter prejuízos que não deve botar a cara a tapa.

    Você foi processado por divulgar um trecho alterado da música Pintura Íntima, em favor de Fernando Haddad, durante a campanha de 2018, sem autorização de Paula Toller, co-autora. Como ficou sua relação com ela depois disso? Ela ganhou a primeira instância, recorri, e ainda está tramitando. Acho esquisito na verdade, porque não fez parte da campanha do Haddad. Gravei Pintura Íntima para ajudar ele, mas coloquei nas minhas redes sociais, não foi da campanha oficial. Mas ela me processou e a gente ainda está resolvendo na Justiça. Foi muito desagradável. A gente podia ter resolvido de forma pessoal. É claro que para obra não é tão legal, porque fica certa confusão. É esquisito parceiros se processarem, daria para resolver de outro jeito. Mas é estranho de maneira geral para a classe, principalmente na eleição de Lula e Bolsonaro, optar por um lado mais à direita. Porque cabe aos artistas imaginar novos mundos, mundos melhores, não essa coisa de querer retornar a um passado glorioso que não houve.

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