Conforme a coluna antecipou na semana passada, é tensa a relação entre os filhos de Gugu Liberato, que brigam sobre o entendimento de união estável do apresentador com Rose Miriam di Matteo. Em paralelo a isso, Thiago Salvático tenta provar na Justiça que manteve relacionamento conjugal com Gugu por quatro anos, até sua morte, em 2019. Após repercussão das reuniões acaloradas entre os herdeiros, a coluna procurou Thiago, chef de cozinha na cidade de Paderborn, Alemanha, para comentar o andamento do processo. Em um dos trechos da reunião a que VEJA teve acesso, Marina se refere a Thiago como “o gay lá” – algo que magoou o rapaz, de 35 anos.
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A briga dos advogados de herdeiras de Gugu
Como tem acompanhado a briga entre os herdeiros de Gugu? Eles propuseram acordo? Tenho lido o que tem saído na mídia. Há um lado bem triste na fala deles, por serem mal instruídos ou por questão de idade. Não dá para entender. Eles sabem muito bem quem eu sou, sabem da minha existência, do relacionamento de nove anos que tive com o pai deles. Mas não chegaram a propor nada até o momento.
Os filhos reconhecem sua relação com ele? Eles deixam bem claro nas mensagens que vieram a público que eu era o companheiro dele. Rose é a mãe dos filhos dele. Na época ele queria muito ter filhos, teve filhos… Deve ter um percentual como mãe, mas, como companheira, não.
Gugu nunca pensou que poderia haver briga pela herança? A questão era clara. Gugu e Rose moravam em casas separadas. Rose é mãe dos filhos, cuidava das crianças. Todos esses nove anos em que ficamos juntos, ela sempre esteve presente na vida das crianças. Até agradeço a ela por ter esse tempo, porque se não nós nem teríamos tido tempo para fazer tantas coisas juntos, né? As coisas estavam bem resolvidas entre eles, tudo esclarecido desde o início. Ela está querendo mudar uma coisa que nunca existiu.
Acredita que as filhas estão sendo manipuladas para ficarem a favor dela? Ficou bizarro isso, porque se era o temor delas não quererem ser chamadas de “filhas de barriga de aluguel”, agora está escancarado. E todas as pessoas mais importantes da vida do Gugu sabiam de nós.
Mas que pessoas? Eram poucas na nossa convivência. O mundo inteiro conhecia o Gugu, agora o Antônio Augusto Morais Liberato, poucas iam na casa dele.
Silvio Santos, por exemplo, sabia que ele era gay? A questão do Silvio era de profissionalismo. Silvio nunca soube da relação, eu nunca o vi pessoalmente. E nem o Gugu ultimamente encontrava o Silvio, havia anos que o não encontrava pessoalmente, desde que foi para a Record. Chegamos da nossa viagem da China, dias antes de o Gugu falecer, e ele trouxe de presente para o Silvio um bonequinho dele em 3D, que mandamos fazer lá. E mandou o motorista entregar na casa dele. Silvio ligou para ele, ficaram uma hora e meia no telefone, foi a maior felicidade da vida dele. Ele saltava, dava pulos. Eles tinham uma ligação forte, de admiração, mas profissional.
Tinha alguém da TV que sabia de vocês? Fui várias vezes na GGP (estúdio de gravações do Gugu). Tem muita gente que sabe, não vou citar nomes para não expor.
Como era a relação de vocês no dia a dia? Era uma relação normal, íamos no shopping, a restaurantes, assistíamos a filmes. Fazia tudo normal. Só que ele era muito discreto. Recebi uma mensagem hoje, de uma pessoa da companhia Azul: ‘Conheci teu companheiro e realmente quem via ele chegando no aeroporto nem desconfiava quem era’. Ele andava tão simples, com o bonezinho dele, óculos, camiseta básica, ninguém o reconhecia nos lugares.
Uma das filhas do Gugu se refere a você como “aquele gay lá”, sem citar seu nome. Como você viu isso? Acho triste, realmente triste. Porque vem de pessoas que não receberam essa educação. Triste mais pelo pai. Tenho certeza de que, se ele estivesse aqui e ela fizesse qualquer coisa assim, ele restringiria. Elas estão sem alguém do lado para dar apoio. São meninas que estão crescendo sozinhas. Fiquei chateado não por “um gay lá”, me magoa pela falta de respeito. No fundo, é a questão financeira que a move a agir assim. Querendo ou não, está desrespeitando a memória do pai também.
Como pretende provar a relação com o Gugu na Justiça? Estamos recorrendo no processo, porque o juiz não aceitou prosseguirmos. Só que lá atrás o mesmo nos deu espaço. Quando em 2020 desisti por motivos próprios, porque a mídia estava muito em cima, eu disse: ‘Vamos esperar, vou me retirar até tudo acalmar’. Agora vou provar com documentos necessários, fotos, tudo. Vou mostrar quem realmente era o companheiro de Gugu, eu.
Qual é a memória mais recente que ficou do Gugu? Nós jantamos na noite anterior à morte, na cada dele. Pela manhã, quando o avião decolou, ele ia para Orlando, conversamos por telefone e ele embarcou. Falamos pela última vez antes de o avião decolar, ainda no Brasil, aí depois… (ele faz um silêncio) eu só soube da notícia.
Ele dava muito presente para você? Ele me deu o maior presente da vida dele, aliás, da minha vida. Foram nove anos do tempo dele. Foi o maior presente que eu podia ganhar.
Era uma relação de namoro, moravam juntos? Eu era companheiro dele.
Havia sexo? Com certeza (risos). Ainda bem que não coloquei vídeos desse nível no processo. Porque vaza tudo, estaria rolando vídeo nosso de sexo, mas pensei: ‘É melhor não’ (risos). Ia dar 3 bilhões de visualizações! E quando a gente não estava junto, conversava umas duas horas diariamente pelo Skype.
O que gostaria de falar para os filhos dele, que ainda não conseguiu? Deveriam colocar a mão na consciência e entender que Gugu viveu aquela vida para dar o melhor para cada um que ao redor dele estava. Todos: seja filho, sobrinho, tia, tio… Seja a mulher que varria a casa dele, o motorista que levava ele…
Em algum momento pesou a diferença de quase 30 anos entre vocês? Não. Por exemplo, não íamos a baladas, porque eu não gosto de festa, nem ele. A gente se deu bem 100% sempre. Íamos para Ibiza todo ano e nunca fomos a uma festa. Tem uma outra Ibiza que é a dos restaurantes, do passeio de barco, da tranquilidade. A mesma coisa na Disney. Nunca fui a um brinquedo, acredita? Gosto de ir e ver a magia, não tenho paciência de ficar em fila.
Você se relacionou com mais alguém depois do Gugu? Não. O nível é tão alto que é difícil. E com essa exposição na mídia, né? Daí penso que falam: ‘Vou ficar com ele para depois mandar fotos ou ficar famoso’. Então faz quatro anos… Faltam pessoas interessantes.
Ainda pensa muito nele? Todo dia. É complicado… (ele faz uma pausa). Há quarenta dias perdi meu pai. É foda, desculpa a palavra. Primeiro perco meu companheiro, depois o pai. Fazer o quê? É muito difícil.