Especialistas apontam o que Kamala Harris e Pablo Marçal têm em comum
Canditados estão em campanha eleitoral
A candidata à presidência dos Estados Unidos, Kamala Harris, e o candidato à prefeito de São Paulo, Pablo Marçal, tiveram uma coisa em comum nos últimos 30 dias: os dois bombaram nas redes sociais. Eles foram as personalidades políticas que mais ganharam seguidores no Instagram, de acordo com a Social Blade, plataforma de ferramenta de métricas. Kamala, que possui 17,7 milhões de seguidores, ganhou 2,4 milhões de novos fãs nos últimos 30 dias. Em comparação, seu oponente, Donald Trump, que possui 26,3 milhões no total, ganhou somente 309 mil seguidores. Em São Paulo, Marçal, do PRTB, ganhou 1 milhão de novos seguidores nos últimos 30 dias no Instagram. Quem chega mais perto disso é Ricardo Nunes, do MDB, com 113 mil novos fãs; seguido por Datena (PSDB) e Tabata Amaral (PSB), com 46 mil, e Guilherme Boulos (PSOL), com 31 mil.
“As mídias sociais são canhões de audiência, e para o assunto política, não seria diferente. Estamos falando de formação de comunidade e identificação. Sendo objetivo e estratégico, é a hora deles contarem a história que criaram para ganhar a eleição. Quando falamos de eleição na política, estamos falando de um projeto onde a maioria é eleito pelas histórias que contam, das crenças que defendem e da bandeira que levantam. O correto seria que os políticos fosse eleitos pelo seu histórico, plano de governo ou mais do que isto, pela competência. Se o político tiver conteúdo para contar a sua história, as mídias sociais se tornam mais gigantes do que são”, explica Renê Salviano, especialista em marketing, CEO da Heatmap, agência de publicidade.
“Conhecer o jogo político está em segundo plano nos tempos atuais. É mais importante entender de tecnologia, canais de contato, interação de redes sociais e de alcance do conteúdo do que necessariamente de planos de governo ou qualidade de propostas. O mundo e as campanhas políticas se transformaram numa corrida do melhor ator ou atriz de um episódio de Black Mirror. Antigamente, existiam campanhas de telemarketing com milhares de ligações e scripts bem elaborados e na ponta da língua explicada pelos atendentes, trazendo detalhes sobre propostas e do perfil dos respectivos candidatos, em operações com custos altíssimos de pessoas, minutos de ligação e infraestrutura de Contact Center. Hoje, há um batalhão de pessoas que usam as redes sociais para divulgar gratuitamente cortes, posts e compartilhamentos em canais ou grupos de WhatsApp, fazendo o trabalho voluntário de capitalizar novos votos. O valor das campanhas continuam exorbitantes, mas o custo por voto é cada vez mais barato. Novos tempos em que a tecnologia será eleita antes do candidato no comando das pessoas”, analisa Reginaldo Diniz, CEO da Agência End to End.