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‘É urgente a regulamentação de plataformas de streaming’, diz gestora

Raquel Hallak, coordenadora da Mostra de Cinema de Tiradentes e do Fórum de Tiradentes, fala sobre desafios do setor audiovisual no país

Por Valmir Moratelli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 27 jan 2024, 11h00

Coordenadora da 27ª Mostra de Cinema de Tiradentes e do Fórum de Tiradentes, Raquel Hallak conversou com a coluna sobre os desafios do setor após anos de “desmonte”. No eco da participação da ministra da Cultura Margareth Menezes, que abriu o ano do audiovisual no país no evento sediado na cidade histórica de Minas, Raquel comemora avanços e aponta o que ainda há para se construir com as instituições públicas.

Qual é o balanço que você faz da 27ª Mostra de Cinema? Depois de dois anos de pandemia e um ano de reconstrução do Ministério da Cultura, a gente volta a respirar e a promover um encontro pelo cinema brasileiro com participação ampla. Essa Mostra faz um papel muito mais do que exibir filmes, propõe diálogo com a participação do órgão principal que nos representa, o Ministério da Cultura, através do Fórum de Tiradentes. Traz uma contribuição grande para a construção de políticas públicas. Esse é o diferencial.

Quais são os números dessa Mostra? Foram mais de 250 empresas mineiras contratadas, mais de 10 milhões de reais injetados na cidade, mais de 250 mil acessos na plataforma, vindos de mais de 90 países. A gente tem um alcance de quase 3 milhões nas redes sociais, mais de 300 veículos de imprensa já fizeram cobertura jornalística. O festival custou 3,8 milhões de reais, via lei federal e estadual com recurso direto. A gente está numa cidade que não é barata, logística que não é fácil, montar toda infraestrutura e equipamentos… A população aumenta cinco vezes durante o festival.

Como surgiu a ideia de um fórum nacional para o setor? A gente começou em 2023, exatamente quando voltava a respirar. Quer dizer, quando a gente pensou no Fórum nem tinha o resultado da eleição. Pensamos: ‘Ou teremos que estar unidos, para enfrentar um cenário possível de destruição – como estava tendo no desgoverno; ou teremos cenário positivo, e aí vai precisar estar em cena para ajudar na reconstrução após o desmanche’.

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Qual foi a primeira mudança após a eleição? Janeiro eles estavam tomando posse. Foi a primeira aparição dessa nova equipe e a gente reuniu cinco grupos de trabalho. O audiovisual nunca tinha conversado sobre preservação, formação, produção, distribuição e exibição, os cinco pilares dessa cadeia produtiva. Esse encontro em 2023 foi tão rico de colaborações, que a gente fez uma publicação, das recomendações e diretrizes do setor audiovisual; rodou vários órgãos oficiais no ministério, senado, câmara… Serviu de guia para construção do planejamento de 2023. A gente antecipou uma conversa coletiva.

Quais são as reinvindicações atuais do setor? Essa Mostra coloca Tiradentes no centro da discussão audiovisual no Brasil. As políticas nacionais que vão para os estados e municípios, como isso está funcionando? Nós estamos preparados? Os municípios estão preparados? Os estados estão preparados? Por exemplo, uma das reivindicações foi criar uma plataforma nacional, que regerá toda a condução das inscrições de projetos. Foi uma mudança grande, nem o setor público estava preparado. Por isso a formação é fundamental. Estamos também falando de regulamentação das plataformas de streaming, ela vai acontecer. Pode ser daqui a um, dois anos, mas é inevitável. Quando esse dinheiro for para o mercado, não vamos ter mão de obra. Foi o que aconteceu com a (lei de incentivo) Paulo Gustavo, a gente nem tinha pessoas preparadas no setor público para dar conta de todo o trâmite.

Há um gargalo na outra ponta do processo? Vou te dar um exemplo como gestora cultural, que fiz uso da lei para escrever um projeto. A gente tem dificuldade de escrever, imagina então um quilombola, o cara da comunidade… Essas reuniões de trabalho são para gente colocar isso na mesa, sermos propositivos e inclusivos.

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O que representas as recentes leis de cota para o audiovisual? É a garantia de mercado no próprio país. Imagine chegar no supermercado: tem prateleira cheia de produtos e não se vê nenhum que seja brasileiro. É a mesma coisa, a gente tem as salas de cinema e não tem produto brasileiro exibido. As duas contas, tanto na TV paga, quanto no cinema, são para garantir que o produto feito no país, que gera empregos, que é reflexo da nossa sociedade, do nosso tempo, chegue ao público.

Qual é o maior desafio do cinema nacional hoje, na sua opinião? Fazer chegar a produção a todo mundo, esse é o maior desafio. Também é urgente a regulamentação de plataformas de streaming.

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