Acostumada a fazer mulheres ricas, mimadas e complexas, Camila Morgado, 49 anos, virou a chave ao aceitar viver Dona Patroa em Renascer, novela das 9 da TV Globo. “Gostei de ser chamada, porque é uma personagem caseira. É raro ser escalada para papéis assim”, diz. Imbuída de dogmas religiosos, a personagem tem despertado um nível de ira nas mulheres capaz de unir o improvável nas redes sociais: as feministas e as religiosas. Após uma fase de submissão em nome da fé — como os momentos em que o marido, o Coronel Egídio (Vladimir Brichta), a obriga a ter relações sexuais vestindo lingerie da amante —, agora ela vive um despudor que beira o humor canastrão. “Encaro esse papel com finalidade social. Muitas mulheres não conhecem seus próprios desejos”, defende Camila.
Publicado em VEJA de 12 de julho de 2024, edição nº 2901