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Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)
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O vento sopra contra Bolsonaro

Presidente não reage na velocidade necessária para virar o jogo

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 31 jul 2022, 08h49 - Publicado em 30 jul 2022, 15h53

A leitura política é a arte de sentir a direção do vento. Nesta semana, a biruta se moveu fortemente contra a campanha de reeleição de Jair Bolsonaro. Faltam menos de 70 dias para o primeiro turno e o presidente não reage nas pesquisas, perde apoio na sociedade, erra na comunicação e começa a mostrar desespero na política. O resumo da ópera:

  • Iniciada como uma carta de apoio ao STF e TSE depois da vergonha reunião do presidente com os embaixadores estrangeiros, o documento da Faculdade de Direito da USP ganhou contornos de desobediência civil às ameaças autoritárias. Quase toda a elite empresarial e acadêmica aderiu à carta, que na sexta-feira acumulava mais de 400 mil assinaturas. O documento ganhou cobertura desmedida da mídia e apoio de entidades que em 2018 vestiram a camiseta de Bolsonaro con gusto, como Fiesp e a Febraban, que no ano passado recuou de um documento similar para não ofender o Banco do Brasil e a Caixa.
    A Carta pela Democracia não vai mexer nas pesquisas de intenção de voto, mas reforça o isolamento de Bolsonaro na sociedade. Por enquanto, só a CNI e os acionistas das corretoras da Faria Lima não assinaram.
  •  Como revelou a repórter Andréia Sadi, da Globonews, o Centrão de Arthur Lira articula a possibilidade de uma PEC para impedir Bolsonaro de ser processado e eventualmente preso quando deixar o poder. Seria uma PEC concedendo o mandato de senador vitalício aos ex-presidentes. Renan Calheiros apelidou a ideia de ‘emenda Incitatus’, o cavalo nomeado senador pelo imperador Calígula.
    Um mês depois da queda nos preços da gasolina e do estrondoso anúncio do reajuste do Auxílio Brasil, os resultados da pesquisa Datafolha vieram iguais aos de junho. Lula tem 52% dos votos válidos e Bolsonaro tenho avanços milimétricos.
  •  Fonte de nove de dez jornalistas de Brasília, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, contou a jornalistas que tenta convencer o ministro Alexandre de Moraes, que presidirá o TSE nas eleições, a aceitar a ingerência dos militares nas urnas. Tem jornal que publicou a notícia como se fosse séria.
  •  A poucas semanas do Enem, o governo trocou o presidente do Inep, Danilo Dupas, um bolsonarista incompetente, por Carlos Eduardo Moreno Sampaio, um servidor de carreira experiente e respeitado por seus pares. Temia que um novo fracasso no Enem respingasse na campanha à reeleição. Em anos anteriores, o governo não se importou em ter este cuidado.
  •  O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, reuniu-se com o presidente do TSE, Edson Fachin, para dizer que o partido respeita a Justiça Eleitoral e desistiu de indicar uma ONG, criada no ano passado, como observadora da eleição, como queria Bolsonaro. Valdemar mostra que teme as consequências da postura de Bolsonaro para seu partido. Se o presidente liderasse as pesquisas e a perspectiva de futuro fosse positiva, seria menor cordato.
  •  O diretório estadual do Progressistas, controlado por Ciro Nogueira, acionou o Tribunal Regional Eleitoral do Piauí para tentar proibir a circulação de imagens de seus candidatos ao lado do presidente. Na ação, o partido do ministro justifica que Bolsonaro “possui altíssimo índice de rejeição em pesquisas mais recentes” e que, diante da impopularidade do presidente, eles serão prejudicados se aparecerem ao seu lado. A Justiça Eleitoral negou o pedido.
  •  Na sexta-feira, 29, André Janones anunciou que pode desistir da sua candidatura e apoiar Lula já no primeiro turno. Deputado de primeiro mandato, Janones é um fenômeno das redes sociais. Ele tem sozinho mais seguidores no Facebook que todo o Partido dos Trabalhadores.

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