O poder do apoio do Alckmin ao PT paulista
Pesquisa mostra que Haddad supera Lula se tiver apoio de ex-governador

Pesquisa Ipespe sobre as eleições a governador de São Paulo mostra que a hostilidade de parte importante do PT ao convite de Lula da Silva para ter Geraldo Alckmin como seu vice tem a mais ver a com birra do que com estratégia eleitoral. De acordo com a pesquisa, o apoio de Alckmin ao candidato petista a governador Fernando Haddad pode ser decisivo no resultado da eleição.
Quando Alckmin é incluído na lista de candidatos a governador, ele lidera com 20%, empatado com Fernando Haddad. Marcio França, do PSB, vem em terceiro com 12%, Guilherme Boulos tem 11%, Tarcísio de Freitas 7% e Rodrigo Garcia 3%.
Sem Alckmin na disputa, Haddad é o grande beneficiado:
Fernando Haddad (PT) 28%
Márcio França (PSB) 18%
Guilherme Boulos (PSOL) 11%
Tarcísio Freitas (PL) 10%
Rodrigo Garcia (PSDB) 5%
Quando o Ipespe inclui o nome dos padrinhos políticos dos candidatos a governo, tanto o efeito do apoio de Alckmin quanto o de Jair Bolsonaro ficam mais evidentes:
Fernando Haddad “apoiado por Lula e Alckmin” 38%
Tarcísio Freitas “apoiado por Jair Bolsonaro” 25%
Rodrigo Garcia “apoiado por João Doria” 10%
Para comparar, quando perguntados pelo Ipespe sobre em quem votaria para presidente, os paulistas responderam:
Lula 34%
Bolsonaro 26%
Moro 11%
Doria 5%
Ou seja, Haddad chega a ter mais intenção de votos do que Lula (38% a 34%) quando os eleitores são informados do que ele tem o apoio de Alckmin. Já o índice do ministro Tarcísio de Freitas é similar ao obtido por Bolsonaro (25% a 26%).
O PT já venceu várias vezes as prefeituras de São Paulo e do ABC, mas nunca chegou perto de ganhar as eleições de governador a São Paulo. Desde 1982, quando a ditadura militar perdeu o controle do Estado, a oposição só venceu a eleição de 1994, quando Mário Covas tirou o PMDB do poder. Governador por quatro vezes (2001-2002; 2003-2006; 2011-2014, 2015-18), o apoio de Alckmin pode fazer a história mudar. Ou a birra do PT.