Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana

Thomas Traumann

Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)
Continua após publicidade

A última palavra

Campos Neto eclipsa estreia de Galípolo e reforça autonomia do Banco Central

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 Maio 2024, 23h00 - Publicado em 4 ago 2023, 17h48
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Ao tomar para si a decisão de desempatar a votação do Copom (Comitê de Política Monetária) e cortar os juros da taxa Selic em 0,5 ponto porcentual, Roberto Campos Neto mostrou que quer (e provavelmente irá) comandar o Banco Central até o fim do seu mandato, em dezembro de 2024. Por tradição, o presidente do BC é o último a votar e o placar estava 4 a 4 na reunião de quarta-feira, dia 2, quando Campos Neto pendeu para o corte mais agressivo, o mesmo defendido pelo novo diretor indicado por Lula, Gabriel Galípolo.

    Com o voto decisivo, Campos Neto eclipsou a estreia de Galípolo no Copom, esvaziou as críticas do Planalto, reforçou aos jovens diretores falcões que ele quem manda e fez o mais significativo gesto a favor da autonomia do Banco Central.

    Havia motivos sólidos para defender tanto a redução de 0,5 pp quanto de 0,25. A dúvida segue sendo sobre o ritmo dos cortes no ano que vem (até dezembro estão contratados quatro cortes de 0,5 pp) e o ponto de parada (índice que varia de 11% a 9% dependendo do interlocutor). Com a chegada dos diretores indicados por Lula, Gabriel Galípolo e Ailton Aquino, e o apoio da diretora Carolina Barros, havia o risco de se formar uma cisão no BC. De um lado, estariam os falcões Diogo Guillen, Renato Dias Gomes e Fernanda Guardado, os mais reticentes a cortes. Do outro, os lulistas que hoje são dois, mas em janeiro serão quatro. Com o apoio de Carolina, eles formariam a maioria do Copom a partir de 2024 e poderiam transformar o último ano da gestão de Campos Neto como presidente do BC em um tormento. Isso hoje parece improvável.

    Ao bancar o 0,5 pp, Campos Neto emprestou a sua credibilidade no mercado ao desejo do governo de um início mais vigoroso no ciclo de cortes dos juros. Afinal se alguém não pode ser acusado de lulista é RCN. Enquanto o Copom se reunia, Lula dava entrevista a correspondentes estrangeiros: “Eu não sei a quem ele (Campo Neto) está servindo. Aos interesses do Brasil, não é”. Depois do fim da reunião do Copom, o ministro Fernando Haddad apareceu com outro humor. “Foi um voto técnico, calibrado, à luz de tudo o que ele (Campos Neto) conhece da realidade do país”, disse.

    Em entrevista a Andréia Sadi, da Globonews, na quinta-feira, Haddad voltou a elogiar Campos Neto, disse que quer “se aproximar do BC” e repetiu frase que seria bem-vista na boca de um economista da FGV ou da PUC-Rio. “Não vejo como estimular a economia pelo espaço fiscal, tem espaço pelo lado monetário”, disse.

    A ponte com Haddad deve ajudar Campos Neto a ter dias mais tranquilos. O Senado marcou uma sessão para ouvi-lo na quinta-feira que certamente teria um tom bélico se o corte tivesse sido de 0,25 pp. Ações como o inquérito no TCU sobre a possibilidade de contratar uma gestora privada para administrar as reservas internacionais também devem cair no esquecimento.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.