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Trinta anos de ‘The Cosby Show’

No dia 20 de setembro, a sitcom The Cosby Show completa trinta anos de sua estreia pela rede NBC, revolucionando o formato ao colocar no horário nobre da rede aberta a vida de uma família típica da classe média, formada por afro-americanos. Até então, as sitcoms familiares eram predominantemente formadas por famílias branca (de diferentes […]

Por Fernanda Furquim Atualizado em 31 jul 2020, 03h03 - Publicado em 19 set 2014, 15h26
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    The Cosby Show

    No dia 20 de setembro, a sitcom The Cosby Show completa trinta anos de sua estreia pela rede NBC, revolucionando o formato ao colocar no horário nobre da rede aberta a vida de uma família típica da classe média, formada por afro-americanos. Até então, as sitcoms familiares eram predominantemente formadas por famílias branca (de diferentes classes sociais).

    Na década de 1970 existiram algumas tentativas de retratar a vida de uma família negra, sendo a sitcom The Jeffersons sua melhor representante. No entanto, esta produção não retratava a relação pais e filhos. Seguindo a linha das topical sitcoms de sua época, ela fazia uma crítica social à situação do negro nos EUA. The Cosby Show acabou com a crítica e retratou esta família com os mesmos problemas que qualquer outra poderia enfrentar, focando seus episódios no relacionamento familiar. Outra série que precedeu The Cosby Show foi Julia, produzida na década de 1960, na qual temos uma enfermeira afro-americana tentando criar sozinha seu filho, depois que o marido morre na Guerra do Vietnã. Embora retratasse uma mulher da classe média, ela era essencialmente uma série que acompanhava a vida de uma mulher solteira no trabalho e em seus relacionamentos românticos, bem como sua amizade com a vizinha e seus momentos com o filho.

    Em The Cosby Show temos a vida de uma família inteira, com histórias voltadas aos relacionamentos entre pais e filhos. Cliff Huxtable (Bill Cosby) era um obstetra que veio de uma família de classe média. Mantendo sua própria clínica em uma adjacência da casa, ele é uma presença constante na vida dos filhos e nos problemas do dia a dia. Cliff é casado com Clair (Phylicia Rashad), outra representante da classe média. Advogada, ela passa mais tempo fora de casa, chegando à noite para ouvir do marido e dos filhos o que eles fizeram durante o dia. O casal tem cinco filhos,  Sondra (Sabrina Le Beauf), Denise (Lisa Bonet), Theodore (Malcolm-Jamal Warner), Vanessa (Tempestt Bledsoe) e Rudy (Keshia Knight Pulliam) que, ao longo da série, crescem diante do público compartilhando seus problemas de infância e da adolescência.

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    Ironicamente, quando a série foi concebida, ela seguia o padrão que as produções estreladas por afro-americanos tinha estabelecido. A série começou a ser concebida em 1983 por Cosby e Patricia A. Bell, tendo como referência o show de stand-up Bill Cosby: Himself. Cliff seria um chofer dono de sua própria limousine e Clair seria uma eletricista ou encanadora. A intenção de Cosby era dividir as histórias entre a relação de trabalho de Cliff (ele e os passageiros) e sua vida em família (a relação dele com a esposa e os filhos). Mas os produtores Marcy Carsey e Tom Werner o convenceram a mudar as profissões do casal e, com isso, a história mudou de rumo.

    Cliff se tornou médico, filho de um músico que sofrera a segregação imposta pelas leis americanas. Ao se formar em medicina, ele se tornou a realização do sonho americano. Cliff se casa com Clair, que neste momento do desenvolvimento do projeto era uma dona de casa. Clair seria uma dominicana de pavio curto que receberia constantemente a visita dos pais. Eles falariam espanhol na frente de Cliff, que não entenderia uma palavra do que seria dito.

    The Cosby ShowA ideia de Cosby era a de inverter a situação mostrada em I Love Lucy, série da década de 1950, na qual o marido é um cubano com um sotaque forte e a esposa uma americana que não fala espanhol. Por ter vivido por dois anos no México (para onde ela, sua irmã e sua mãe se mudaram para fugir do preconceito da sociedade americana), Phylicia sabia falar espanhol fluentemente, razão pela qual foi selecionada para o papel de Clair.

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    Mas a esposa de Cosby não gostou da personagem e o convenceu a fazer algumas mudanças, que a tornariam uma pessoa mais auto-suficiente e equilibrada. Com isso, Cosby levou a série para o terreno que predominava na TV americana: os Huxtables se tornaram uma típica família da classe média que, por acaso, é afro-americana.

    A série foi oferecida à rede ABC por duas razões. A primeira é o fato de que os produtores eram ex-executivos da ABC que deixaram seus cargos para formar a produtora The Carsey-Werner Company. The Cosby Show era a segunda produção da empresa. A primeira foi Oh Madeleine, com uma única temporada exibida pela ABC.

    A segunda razão era o fato de que a rede tinha, seis anos antes, provocado uma revolução na TV americana ao oferecer a minissérie Raízes, produção que retratou a trajetória do escravo Kunta Kinte. O imenso sucesso que esta produção promoveu levou à uma sequência, também pela rede ABC, com o título de Raízes: Nova Geração, em 1979. As duas produções levaram o Emmy de melhor minissérie.

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    Mas a ABC rejeitou o projeto que foi parar nas mãos da NBC. Esta aprovou a produção de um episódio piloto para avaliação. Os executivos do canal gostaram do resultado e a primeira temporada foi encomendada. The Cosby Show estreou no dia 20 de setembro de 1984 conquistando uma das maiores audiências da época. Ao longo de sua primeira temporada, ela registrou a média de 20.5 milhões de telespectadores com 24.2% da audiência do público alvo. A série também recebeu uma indicação ao Emmy levando o prêmio de melhor comédia do ano. Renovada, a série foi produzida ao longo de oito temporadas e 202 episódios, sendo que as sete primeiras temporadas figuraram entre as dez maiores audiências da TV americana.

    The Cosby Show gerou uma spinoff, a qual retratou diversas situações relacionadas a preconceitos raciais. A Different World, produzida entre 1987 e 1993 era estrelada por Denise (Bonet), uma das filhas de Cliff e Clair. A história acompanhava a personagem na Faculdade. No entanto, ao final da primeira temporada, a atriz ficou grávida. Cosby concluiu que o público não aceitaria ver Denise grávida sem ser casada e, por isso, a personagem foi retirada da série, que foi reformulada para apresentar a vida de estudantes e professores.

    Bem recebida pela crítica e pelo público, The Cosby Show dividiu opiniões, tal qual ocorreu na década de 1960 com Júlia. Ao optar por retratar uma família negra da classe média, a série deixou de lado diversas críticas sociais e culturais que surgiriam caso os personagens representassem a classe operária. Tal como Júlia, os Huxtables não sofriam preconceitos raciais. As duas produções sugeriam que, ao atingir um certo nível social, os preconceitos acabam. Representando uma minoria, a série levou um segmento de público e de crítica a classificá-la como uma versão romantizada da vida do negro na América.

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    Embora as críticas sejam válidas, não dá para deixar de classificar a série como revolucionária. Ela trouxe para o branco uma visão positiva do negro, diluindo algumas ideias pré-concebidas pela sociedade. A sitcom também abriu as portas para outras produções que seguem esta mesma linha. O problema é que, ironicamente, elas são atualmente mais produzidas para canais como BET (ou OWN), voltados para este segmento de público, que na rede aberta americana, onde surgem de quando em quando. Nesta temporada, sua representante será Black-Ish, que estreia no dia 24 de setembro pela rede ABC.

    A série The Cosby Show também foi apontada pelo New York Times como forte influência na aceitação de Barack Obama. Quando ele foi eleito Presidente dos EUA, o jornal publicou uma matéria com o título de Before Obama, There Was Bill Cosby, na qual sugere que a forma como a série retratou a família negra americana tornou a candidatura de Obama aceitável, pois ela era vista por adolescentes que se tornaram eleitores.

    No Brasil, The Cosby Show foi exibida pela rede Bandeirantes.

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    Adendo: outras séries que comemoram trinta anos em 2014 são Assassinato por Escrito, Miami Vice, Punky a Levada da Breca, Who’s the Boss?, O Homem que Veio do Céu, Tiro Certo, V, Night Court e Águia de Fogo.

    Cliquem nas fotos para ampliar. No vídeo, um episódio da primeira temporada. 

    [youtube https://www.youtube.com/watch?v=UVawCKSTGzg&w=620&h=330%5D

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