Séries Clássicas: Serpico, do Cinema para a TV
Entre outubro e novembro de 1971, Frank Serpico apresentou-se diante da Comissão Knapp, formada pelo prefeito da época no ano anterior, para testemunhar contra a corrupção policial de Nova Iorque. Ele não seria o único, mas seria considerado o primeiro da história da cidade. Como resultado, o departamento de polícia de Nova Iorque passou por […]
Entre outubro e novembro de 1971, Frank Serpico apresentou-se diante da Comissão Knapp, formada pelo prefeito da época no ano anterior, para testemunhar contra a corrupção policial de Nova Iorque. Ele não seria o único, mas seria considerado o primeiro da história da cidade. Como resultado, o departamento de polícia de Nova Iorque passou por uma longa e profunda reforma.
Tendo feito carreira como patrulheiro e depois como policial infiltrado, Serpico declarou que estava frustrado com o ambiente que havia se instalado no meio policial, onde o corrupto tinha mais poder que o oficial honesto. No ano seguinte ao seu testemunho, Serpico aposentou-se e mudou-se para a Holanda, retornando aos EUA em 1980.
A história de Serpico foi retratada em livro pelo jornalista e escritor Peter Maas. Publicado em 1973, o livro ganhou uma versão cinematográfica no mesmo ano, estrelada por Al Pacino, dirigido por Sidney Lumet e produzida por Dino De Laurentis, que faleceu esta semana em Los Angeles, aos 91 anos de idade. O filme teria rendido na época cerca de 30 milhões de dólares, além de várias indicações ao prêmio Oscar e Golden Globe.
Em 1976, a Dino De Laurentis Productions uniu-se à Paramount Television para produzir a versão seriada de “Serpico”, com base no livro de Maas. Adaptada por Robert E. Collins, a série teve produção executiva de Emmet Lavery. No lugar de Al Pacino foi escolhido o ator David Birney, conhecido na época por seus trabalhos em telefilmes e como ator convidado em séries de TV. Birney chegou a estrelar a sitcom “Bridget Loves Bernie”, produção polêmica que retratava o casamento de uma jovem católica com um motorista de táxi judeu.
A versão para a TV apresentou um Frank Serpico menos revoltado ou frustrado, embora mantivesse o visual que o tornara conhecido no cinema: roupas desgastadas, cabelos desgrenhados e barba. O personagem foi retratado como uma pessoa culturalmente elevada: apaixonado por ópera, preferindo alimentar-se com comida saudável e fumando um cachimbo ao invés de cigarros (algo que na TV aberta se tornou tabu desde a década de 1960).
A série era situada após os fatos ocorridos no filme. Trabalhando como policial infiltrado no mundo do crime e em organizações suspeitas, Serpico prestava contas ao Tenente Tom Sullivan (Tom Atkins), fora da delegacia.
Exibida pela rede NBC, a série não conseguiu conquistar a crítica ou o público. Considerada uma versão superficial da realidade que se instalou após os trabalhos da Comissão, a produção foi atacada por não aprofundar a relação do personagem com a corrupção policial. Apresentando um ambiente mais leve, no qual policiais e superiores eram mais prestativos, a série apenas introduziu o tema, sem de fato explorá-lo.
Mesmo assim, “Serpico” se tornou a primeira a trazer esse assunto para o enredo de uma série americana. Em 1979, duas produções abordariam o tema em forma de comédia: “Os Gatões/The Duckes of Hazzard” e “Xerife Lobo/The Misadventures of Xeriff Lobo”, personagem que surgiu dentro da série “As Aventuras de B.J./B.J. and the Bear”.
A baixa audiência e os ataques da crítica levaram a série ao cancelamento com apenas 15 episódios exibidos, dos 16 produzidos.
Os títulos são:
01. The Deadly Game
02. Country Boy
03. The Traitor in Our Midst
04. The Indian
05. Every Man Must Pay His Dues
06. Strike!
07. Trumpet of Time
08. Prime Evil
09. Rapid Fire
10. Dawn of the Furies
11. The Serbian Connection
12. Danger Zone
13. Sanctuary
14. The Party of Your Choice
15. One Long Tomorrow
16. A Secret Place
Abertura da série: