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Nova Temporada

Por Fernanda Furquim
Este é um espaço dedicado às séries e minisséries produzidas para a televisão. Traz informações, comentários e curiosidades sobre produções de todas as épocas.
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SBT traz ‘I Love Lucy’ de volta à TV

O canal SBT anuncia para segunda-feira, dia 15 de junho, às 13h30, a estreia da sitcom I Love Lucy, clássico que marcou a história da TV americana. A série será exibida de segunda a sábado, sempre no mesmo horário. Desde a década de 1990, quando exibiu Os Monstros, produzida nos anos de 1960, o SBT não […]

Por Fernanda Furquim Atualizado em 31 jul 2020, 01h10 - Publicado em 13 jun 2015, 15h16
Elenco de 'I Love Lucy': (E-D) Desi, Lucy, Keith Thibodeaux, que interpretou o filho dos Ricardos, Ethel e Fred. (Fotos: CBS/Arquivo)

Elenco de ‘I Love Lucy’: (E-D) Desi, Lucy, Keith Thibodeaux, que interpretou o filho dos Ricardos, Ethel e Fred. (Fotos: CBS/Arquivo)

O canal SBT anuncia para segunda-feira, dia 15 de junho, às 13h30, a estreia da sitcom I Love Lucy, clássico que marcou a história da TV americana. A série será exibida de segunda a sábado, sempre no mesmo horário. Desde a década de 1990, quando exibiu Os Monstros, produzida nos anos de 1960, o SBT não incluía uma série tão antiga em sua programação.

Este é um belo presente para os fãs de produções clássicas que vêm sendo ignorados pelos canais bem como pelas distribuidoras de DVD. Para se ter uma ideia, desde a década de 2000, os canais (abertos e fechados) foram gradualmente retirando produções antigas do ar, especialmente aquelas filmadas em preto e branco.

Um dos poucos onde ainda é possível encontrar séries antigas é o TCM, embora sua programação não seja alterada há anos. Também podemos citar Rede Brasil e TV Ulbra, do Rio Grande do Sul, que exibem clássicos lançados em DVD (oficiais ou não). Até parece que não existe público para este tipo de produção. Ele pode não ser tão grande quanto os fãs de produções atuais, mas existe e é fiel.

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Conforme os anos passam, e a vida vai ficando mais difícil, as pessoas sentem o desejo de reviver sua infância. E nada melhor para embarcar em uma viagem ao passado que voltar a assistir uma série que fez parte de sua vida. É provável que a dublagem seja nova. Considerando que a memória afetiva inclui o áudio e não apenas a imagem, os fãs que ainda se lembram da dublagem original terão dificuldades de acompanhar os episódios.

No Brasil, I Love Lucy está oficialmente fora do ar desde sua exibição nos canais Multishow e TV Cultura nos anos de 1990. A Paramount chegou a lançar as três primeiras temporadas em DVD, mas suspendeu a distribuição.

Lucy e Ethel

Lucy e Ethel

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Adaptação de Jess Oppenheimer, Madelyn Pugh e Bob Carroll, Jr., da sitcom radiofônica My Favorite Husband, estrelada por Lucille Ball e Richard DenningI Love Lucy acompanha a vida de Lucy Ricardo (Ball) e suas tentativas desesperadas de realizar seu sonho: se tornar artista. Não importa que tipo de artista, desde que seja famosa. Sem se empenhar em aprender alguma habilidade, Lucy quer ser tão importante quanto o marido Ricky (Desi Arnaz), um bandleader de clubes noturnos em Nova Iorque.

Com esse enredo, e com as situações nas quais a personagem se envolvia, a sitcom retratou a guerra dos sexos e a determinação da mulher em conquistar um ‘lugar ao sol’. Ela também definiu a técnica de produção das sitcoms tradicionais e estabeleceu personagens e situações que são reproduzidos até hoje, tanto nos EUA quanto no Brasil.

I Love Lucy surgiu da necessidade de Lucy e Desi de ficarem juntos. Casados há dez anos, eles passavam muito tempo separados, cuidando de suas respectivas carreiras. Assim, quando Lucy recebeu o convite da CBS para estrelar a versão televisiva de My Favorite Husband, na qual ela interpretava a esposa de um banqueiro, ela impôs a condição de que seu marido na vida real substituísse Denning. Ninguém acreditava que o público, e os patrocinadores, aceitariam uma história na qual um cubano era casado com uma americana. Para provar o contrário, o casal criou um show de vaudeville com o qual se apresentou em night clubes. A receptividade da platéia convenceu o canal a produzir I Love Lucy.

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Mas a CBS não queria assumir os riscos sozinha, especialmente quando Desi insistiu que a sitcom deveria ser filmada em película e com a presença de um público. Na época, ainda não existia o sistema syndication, que é a venda de produções para canais regionais os quais reprisam as séries, gerando lucro para quem a produziu. Com uma TV ao vivo, poucos programas chegaram a ser filmados em película, porque isto elevava muito seu custo. As sitcoms, tal qual os programas humorísticos, eram transmitidas em sua maioria ao vivo com a presença do público acomodado em um teatro. Aquelas que eram filmadas em estúdio não contavam com a presença do público. Por isso, o casal formou a Desilu Productions, com o objetivo de co-produzir I Love Lucy.

Lucy tenta aprender balé.

Lucy tenta aprender balé.

Através da Desilu foram criados sistemas de filmagens com múltiplas câmeras, bem como um mapa de luz, desenvolvido pelo alemão Karl Freund, do filme Metrópolis, que permitia a filmagem por vários ângulos diferentes sem interrupções para ajustes da iluminação. Vale lembrar que Freund permaneceu na equipe de produção como diretor de fotografia. Os processos técnicos empregados na sitcom permitiram que ela sobrevivesse, em boa qualidade de imagem e som, para poder ser vendida para reprises e, posteriormente, para home vídeo.

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O sucesso fez com que o pequeno estúdio crescesse e passasse a investir em novas produções, sendo as mais famosas Os Intocáveis, Jornada nas Estrelas e Missão: Impossível. Suas dependências também foram alugadas por outros estúdios da época para a filmagem de suas próprias séries.

Na história, Lucy (Ball) tem como melhor amiga a senhoria do prédio em que mora, Ehtel (Vivian Vance), a qual, por sua vez, é casada com um homem mais velho e muquirana com quem vive às turras, Fred Mertz (William Frawley).

Ethel e Fred são ex-artistas do teatro de revista e agora vivem suas aposentadorias cuidando de um prédio em Nova York. Lucy e Ethel são o centro das atenções da série. Ricky e Fred, os maridos tradicionais (cada um à seu modo), são os coadjuvantes. Ricky é o típico latino da época, que acredita que lugar da esposa é em casa, fazendo comida e recebendo o marido com um sorriso no rosto. Fred pensa da mesma forma, mas não consegue que Ethel concorde com ele, embora ela faça o papel de dona-de-casa.

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Ambiciosa e insatisfeita, Lucy representava milhares de mulheres que se casaram cedo, sem nenhuma noção da vida a dois, e tinham no marido um guia de comportamento. Muitas atitudes de Lucy revelam uma criança que não aceita um não como resposta aos seus desejos, mas também uma mulher que não deseja passar a vida exclusivamente como esposa. Já Ethel é a mulher tradicional, que se acomodou à sua época e vê em Lucy a oportunidade de transgredir padrões. Essas duas criaram base para as personagens femininas que estavam surgindo na televisão e que evoluíram para o que conhecemos hoje.

Lucille Ball e Desi Arnaz

Lucille Ball e Desi Arnaz

Pugh e Carroll Jr definiram o perfil cômico de I Love Lucy ao estudar o estilo de Ball e a química entre os atores, com o objetivo de explorar melhor o potencial de cada um, especialmente o da protagonista, rainha da comédia física. Engrandecendo e exagerando situações que poderiam ocorrer na vida de pessoas comuns, a sitcom ofereceu roteiros e personagens que sobrevivem até hoje. Já Lucille Ball teve seu estilo de atuação copiado por dezenas de comediantes ao longo das décadas, entre as mais conhecidas estão Julia Louis-Dreyfuss, Debra Messing e Fran Drescher.

Um dos maiores sucessos da época, I Love Lucy ficou em primeiro lugar na audiência ao longo de quatro dos seis anos em que foi produzida. Oppenheimer, Pugh e Carroll Jr. ficaram responsáveis pelos roteiros das quatro primeiras temporadas. Na quinta, Oppenheimer se afastou, sendo substituído por Bob Schiller e Bob Weiskopf. Ao final da sexta temporada, em 1957, Madelyn e Carroll Jr. também decidiram se afastar por se considerarem incapazes de continuar a oferecer material novo. Eles foram substituídos por Everett Freeman, que se uniu a Schiller e Weiskopf. A sitcom foi então rebatizada de Lucy- Desi Comedy Hour (1957-1960), na qual o casal Ricardo, morando em Connecticut, vive diversas situações em episódios de uma hora de duração.

Em 1960, Lucy e Desi se divorciaram, após vinte anos de união. Desi vendeu sua parte no estúdio para Lucy, que passou a cuidar dos negócios, mas ainda contando com o apoio do ex-marido. Assim, em 1962, Lucy se tornaria a primeira mulher a comandar um estúdio importante em Hollywood. Em 1967, ela o vendeu para a Paramount, que transformou a Desilu em sua unidade de produção de programas para a televisão. Neste meio tempo, Lucille estrelou duas outras sitcoms: O Show da Lucy/The Lucy Show e Lucy Total/Here’s Lucy, ambas já exibidas pelo SBT.

Cliquem nas fotos para ampliar.

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=EglHK32Qfu4&w=620&h=330%5D

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