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Vitor Belfort fala a VEJA sobre sumiço da irmã e do doc ‘Volta, Priscila’

Priscila Belfort desapareceu no Centro do Rio de Janeiro em janeiro de 2004 – e até hoje o caso não foi solucionado

Por Kelly Miyashiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 26 set 2024, 13h46 - Publicado em 25 set 2024, 17h54
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  • Vitor Belfort na série documental 'Volta Priscila', do Disney+
    Vitor Belfort na série documental 'Volta, Priscila', do Disney+  (Divulgação/Disney+)

    Volta, Priscila, nova série documental de quatro episódios do Disney+ que estreia nesta quarta-feira, 25, destrincha o desaparecimento de Priscila Belfort, irmã do lutador Vitor Belfort, aos 29 anos de idade, em janeiro de 2004, no Centro do Rio de Janeiro. Até hoje, o caso nunca foi solucionado. Em entrevista a VEJA, o bicampeão do UFC falou, junto aos pais, Jovita e José Marcos, e de sua esposa, Joana Prado, sobre Priscila, a importância de reabrir a investigação e a luta pelas pessoas desaparecidas no Brasil.

    Confira um trecho da conversa com Vitor Belfort no Tela Plana desta semana e a entrevista na íntegra logo abaixo:

     

    Como foi exatamente a proposta para transformar a história de vocês nesse documentário? Na verdade, esse documentário não é sobre a família, é sobre a minha irmã, para que as pessoas possam conhecer a história da Priscila, quem ela era, e principalmente tirar o estigma daquela época em que as pessoas escreviam que ela estava envolvida com tráfico, que ela era isso ou aquilo. E teve muitos erros na investigação, que seguiu só a linha do sequestro. Na investigação, não olharam os últimos dez dias da vida da Priscila, quem eram os amigos e as pessoas próximas dela. Os investigadores não abriram para outras linhas de investigação. A série do Disney+ vai ser muito importante para que as pessoas montem um quebra-cabeça e que o Brasil possa entender que esse caso tão misterioso tem que ser reaberto. O caso deveria sair da delegacia de sequestro e ir para a delegacia de desaparecidos, que foi a delegacia que a minha mãe, Jovita, conseguiu abrir e hoje ela soluciona mais de 80% dos casos lá.

    O que você espera que o Volta, Priscila possa fazer em relação ao caso? Tá na hora do (movimento) Volta, Priscila trazer esse awareness, esse reconhecimento de que são mais de 230 pessoas por dia desaparecendo no Brasil. É é inaceitável a gente não ter o Alerta Pri (disparo de SMSs em massa sobre pessoa desaparecida), um grande negócio que resolveu 99% dos casos no Rio de Janeiro — e depois as telefonias que quiseram ganhar dinheiro para ter o Alerta Pri no Rio. O Alerta Pri tem que ir para o Brasil inteiro, então a gente tá numa era da tecnologia onde o Brasil é líder no YouTube. Ele é líder em todos os mídias sociais, tem os maiores influenciadores, que ganham milhões de dólares no mundo inteiro e o desaparecimento de pessoas só aumenta. Acho que o Volta, Priscila vai primeiro mostrar quem era Priscila e depois desvendar esse quebra-cabeça.

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    A polícia não conseguiu resolver o caso na época, e no final do primeiro capítulo a série diz que a polícia do Rio de Janeiro não autorizou os investigadores do caso — nem autoridades atuais — a darem depoimentos para a produção. O documentário é uma forma de denunciar as falhas da investigação? A Disney é abusada e atrevida não só para fazer o Mickey e a Minnie, porque eles foram capazes de abraçar um documentário com uma causa por trás e de contar uma história da melhor maneira possível. Tudo o que está ali é real. Eu falo: “Para mim, todo mundo é suspeito até que se prove o contrário”. Lá em casa, quando algo acontece com os nossos filhos, eu falo assim: “É culpado quem fez e quem revidou”, entendeu? E quem tá escondendo é culpado. Isso é uma verdade. Se eu oculto um crime, sou tão culpado quanto quem fez. Então a série tem muita coisa boa. Primeiro, o crime já foi (prescrito), então, se a pessoa assumir ela não vai ser mais culpada, né? Então tem um lado muito bom disso tudo, eu vejo sempre o lado bom. E falo que, às vezes, no silêncio, a resposta já está dada. Para mim, não houve silêncio. O documentário fala por si só. A gente precisa cobrar, porque a minha indignação não é só com o caso da minha irmã, é com o caso da Maria, do João. Ontem, 230 pessoas desapareceram; hoje, mais 230. Faça a soma.

    Priscila Belfort e Vitor Belfort
    Priscila e Vitor Belfort em foto antiga (Acervo pessoal/Divulgação)

    Sente vontade de ingressar na política e de ser uma voz ativa pela causa dos desaparecidos nesse âmbito? Quando me tornei cristão, descobri que nós somos escolhidos de Deus, não tem como a gente escolher Deus ou rejeitar Ele, se Ele é onipresente, onisciente e onipotente. Não acredito no livre-arbítrio, acho que todos nós vamos ser julgados pelos nossos atos, tanto depois daqui quanto em vida. Se eu escolhi ser atleta, vou ter que pagar o preço de um atleta, de treinar até quando estou sem vontade. Ser político ou pastor requer um chamado, diferentemente de um atleta. Se o Nikolas Ferreira for um dia presidente do Brasil, e creio que ele vai ser, eu seria um ministro dos Esportes, porque é uma área que eu conheço, tenho um chamado para o esporte. Se ser político for o meu chamado um dia, eu vou atender, mas hoje o meu chamado é pregar o Evangelho e falar da maior causa da humanidade, que é a causa dos desaparecidos. Nós precisamos de um Alerta Pri no Brasil inteiro, um mecanismo que permite achar as pessoas rápido, colocar fotos delas em embalagens de produtos de cesta básica. A maior política da vida é a vida humana.

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