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‘Travessia’: Brisa tenta, mas não faz jus às mocinhas de Glória Perez

Protagonista interpretada por Lucy Alves foge de outras personagens assinadas pela autora Glória Perez

Por Kelly Miyashiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 15 nov 2022, 20h30

Passadas as eleições e o período de propaganda eleitoral obrigatória, Travessia esboçou uma leve reação no Ibope nas últimas semanas, mas ainda registra 23,1 pontos de média o que é muito sofrível para uma novela das 9 da Globo. Além dos vários fatores problemáticos do folhetim que justificam a audiência morna, como a escalação da inexperiente Jade Picon para um papel de tanto destaque como a vilã Chiara, e o roteiro cheio de furos que fazem até Chay Suede, que deveria personificar o galã da história Ari, ser chato, a mocinha Brisa (Lucy Alves) é, até o momento, muito diferente das outras protagonistas assinadas pela autora Glória Perez. É nítido o esforço da atriz para interpretar uma personagem que tenha apelo do público, mas o roteiro claramente não a ajuda na missão.

Brisa é batalhadora, uma lavadeira e dançarina de rua que passou a vida sustentando a casa para o noivo, Ari, poder se dedicar aos estudos e virar um grande arquiteto e que o filho do casal de namorados desde a infância também não ficasse desamparado. Seguindo o manual de uma novela, a protagonista sofreu um bocado de percalços: foi vítima de uma fake news que a colocava como sequestradora de crianças, acabou presa por posse de uma arma que não era sua e foi separada de sua família, além de ser dada como desaparecida e ser alvo de boatos da própria sogra, Núbia (Drica Moraes) que nunca gostara dela, de fato. O que diferencia Brisa de outras mocinhas de Glória Perez é a passividade. A personagem faz jus, pelo menos, a seu nome de origem grega e vai para onde o vento a leva, praticamente sem questionar, faz tudo que a mandam.

Em 2017, A Força do Querer apresentou três mocinhas que se parecem pouquíssimo com a protagonista de Travessia. Jeiza (Paolla Oliveira), Bibi Perigosa (Juliana Paes) e Ritinha (Isis Valverde) tinham uma personalidade ativa, de irem atrás do que queriam, independentemente da opinião alheia. Erravam e eram contraditórias em alguns momentos, cedendo a vontades do homem que amavam, mas eram mais determinadas a olhar para si mesmas com um quê de egoísmo necessário.

Brisa também foge da personalidade transgressora às regras impostas pela família, como a cigana Dara (Tereza Seiblitz), de Explode Coração (1995), a Jade (Giovanna Antonelli), de O Clone (2001), e a Maya (Juliana Paes), de Caminho das Índias (2009). Pelos próprios objetivos, que envolviam casar com quem realmente amavam, não se furtaram de renegar o próprio sangue na tentativa de escapar de casamentos arranjados. Sol (Deborah Secco) de América (2005) e Morena de Salve Jorge (2012) eram mais ingênuas e caíam em alguns golpes para trabalhar fora do Brasil em suas respectivas novelas, mas as duas, pelo menos, eram determinadas em abrir mão de namorados para tentar uma vida melhor no exterior. Enquanto isso, Brisa deve ficar presa a Ari, o que demonstra a falta de autoestima da personagem. Há ainda a possibilidade de Glória Perez virar o jogo da mocinha ao juntá-la com Oto (Romulo Estrela), e o público agradecerá. 

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