A Federação Nacional dos Jornalistas, em conjunto com sindicatos de São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal, prepara uma ação contra a Globo pela demissão em massa de mais de 50 jornalistas da emissora nesta semana. A categoria reivindica uma reunião emergencial com a empresa para falar dos cortes que ocorreram pelo Brasil inteiro. “Não basta realizarmos as notas de repúdio contra as demissões. Iremos nos organizar com a categoria para resistir coletivamente às demissões e garantir dignidade a todas e todos os profissionais da Globo”, declarou Thiago Tanji, presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, em uma nota publicada no portal oficial da Fenaj.
De acordo com a o sindicato nacional, representantes da categoria no Rio de Janeiro realizavam uma assembleia de campanha salarial para profissionais de rádio e TV quando as demissões começaram na capital fluminense, além filiais em Pernambuco e Minas Gerais. A organização pretende combater o “desmonte da profissão” e acusou a Globo de etarismo — preconceito contra pessoas mais velhas por causa da idade. “Fica evidente também a posição etarista da empresa, com a demissão sumária de profissionais com décadas de experiência”, diz outro trecho da nota.
As entidades ainda estão planejando as ações a serem tomadas, mas já definiram a abertura de um canal de comunicação com a emissora para negociação, o que entra como obrigação de qualquer empresa que realiza demissões em massa, segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal.
Entre os demitidos, nomes de peso constam na lista, como Fabio Turci, Cesar Galvão e Marcelo Canellas, além de executivos que atuavam atrás das câmeras. VEJA apurou que o clima nas redações é de luto e preocupação, já que mais cortes ainda devem ocorrer.