O mercado do streaming passa, constantemente, por expansões e mudanças no exterior, mas não é diferente no Brasil: nesta quarta-feira, 26, a Disney consolida a unificação do Star+ ao Disney+, encerrando o primeiro e agregando todo o conteúdo em uma única plataforma — o Disney +. Em entrevista a VEJA, Natalia Scalia, vice-presidente sênior da Disney na América Latina, explicou a decisão. “Observamos que a maioria dos nossos assinantes consome o conteúdo do Disney+ ou Star+ através da nossa oferta Combo+. Tendo em conta nossa história e tudo o que aprendemos nesses anos, tomamos a decisão de oferecer às audiências toda a força do nosso conteúdo em uma experiência de streaming simplificada e tecnologicamente mais rica”.
Outro ponto que pesou para a mudança foi o público das plataformas. “O Disney+ tradicionalmente atraiu famílias, enquanto o Star+ atraiu um público interessado em conteúdo esportivo ao vivo, séries e filmes mais voltados para o público adulto”, explica ela, dizendo que a plataforma conjunta “pretende atender a todos esses segmentos” em um só lugar. “Por este motivo, também temos controles parentais disponíveis para garantir que a plataforma continue sendo uma experiência de streaming adequada para todos os membros da família. Os assinantes poderão configurar perfis e classificações, limitar o acesso a conteúdo para adultos, criar perfis protegidos com PIN e aproveitar o Modo Júnior para os espectadores mais novos”, explica.
Como fica o conteúdo esportivo com o fim do Star+?
Entre as principais preocupações dos usuários do Star+ está o acesso ao conteúdo esportivo da plataforma. Os assinantes que migrarem para o Disney+ terão acesso aos eventos ao vivo da ESPN, mas com gradações distintas de acordo com a assinatura. “No plano Premium, os assinantes terão acesso a transmissões ao vivo de todos os canais lineares da ESPN, incluindo todos os eventos esportivos exclusivos para streaming. No entanto, no plano Padrão e Padrão com Anúncios, os assinantes poderão assistir às transmissões dos canais ESPN e ESPN 3”, detalha Juliana Oliveira, vice presidente sênior da Disney+ no Brasil.
A executiva explica ainda que os esportes tem “um peso significativo” para a Disney, especialmente no Brasil, “onde a cultura esportiva é extremamente forte”. “A integração do conteúdo da ESPN ao Disney+ é uma parte crucial dessa estratégia, permitindo que os assinantes tenham acesso não apenas a uma ampla gama de eventos esportivos ao vivo, incluindo futebol, tênis, e muito mais, mas também aos canais lineares da ESPN em um só lugar”, completa ela, dizendo que a diferenciação entre os planos “visa proporcionar flexibilidade para que os assinantes escolham o que melhor se adapta às suas necessidades e preferências de conteúdo.”
Como fica a assinatura do Disney+ após a fusão com o Star+?
As opções de assinatura disponíveis garantem acesso ao catálogo completo de séries e filmes do Disney+ e Star+ sem intervalos comerciais. Apesar dos valores anuais serem menores do que o total de parcelas mensais do antigo Combo+, o assinante perde a liberdade de ter somente um dos serviços e precisa pagar mais caro, já que é obrigado a ter ambos. Quem tem assinatura ativa do Disney+, do Star+ ou do Combo+ será automaticamente transferido para a modalidade Disney+ Premium, o plano mais caro, e o reajuste será cobrado já a partir de 26 de julho.
Segundo Natália Scalia, a estratégia da companhia é “oferecer experiências e conteúdos relevantes e de máxima qualidade”, e o lançamento integrado vai oferecer “uma experiência de streaming melhorada” em uma única plataforma. “Além disso, estamos lançando novos planos com novos preços para que os assinantes possam escolher a opção que melhor se adapta às suas preferências e necessidades”, argumenta ela.
Quanto custa os novos planos do Disney+?
Padrão, com valor de 43,90 reais por mês ou 368,90 reais no plano anual (economizando 157,90 reais). O áudio terá qualidade 5.1, os vídeos serão exibidos em 1080p Full HD, haverá possibilidade de assistir em até dois dispositivos ao mesmo tempo e os assinantes terão acesso aos canais ESPN e ESPN3, ambos com anúncios.
Premium, com valor de 62,90 reais por mês ou 527,90 reais no plano anual (uma economia de 226,90 reais). O áudio terá qualidade Dolby Atmos, os vídeos serão exibidos em até 4K UHD e HDR, haverá possibilidade de assistir em até quatro dispositivos ao mesmo tempo e os assinantes terão acesso ao catálogo completo de esportes da ESPN, incluindo todos os canais e eventos exclusivos, também com anúncios.
Com anúncios, será integrado em pacotes de parceiros comerciais como o Mercado Livre, que oferecerá este plano através do seu programa de benefícios Meli+, por 17,99 reais. Está disponível catálogo de conteúdos familiar e de entretenimento geral do Star com anúncios publicitários, e os esportivos da ESPN com qualidade de vídeo 1080p e áudio Stereo 5.1***; incluindo as transmissões ao vivo dos canais lineares ESPN e ESPN 3.
O mercado do streaming no Brasil
Com uma série de plataformas disponíveis para o público, e preços cada vez mais salgados para ter acesso a todas elas, o mercado do streaming tem se mostrado cada vez mais competitivo. Questionadas sobre a existência de uma possível saturação, as executivas argumentam que a competição existe, mas que ainda há espaço para crescimento e melhorias.
Segundo Juliana, a oferta numerosa torna os consumidores mais seletivos frente às limitações orçamentárias, mas o mercado continua a crescer, “com uma demanda significativa por conteúdo relevante e de qualidade”. “A união de Disney+ e Star+ visa justamente atender a essa demanda”, explica a vice-presidente da plataforma no país. Já Natalia, diz que o mesmo acontece no resto da América Latina. “Além de buscar conteúdo relevante e de alta qualidade, as audiências também buscam experiências simplificadas. O player que oferecer ambas as variáveis acaba pesando na decisão orçamentária de entretenimento dos lares”, complementa ela, destacando esse ponto como primordial na nova estratégia da empresa.
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