Juan Paiva a VEJA: ‘Vou aproveitar ao máximo oportunidades que me derem’
No ar em Renascer e em cartaz com o filme De Pai Para Filho, Juan Paiva comenta a fama de sofredor de seus personagens e analisa a carreira em ascensão
Aos 26 anos de idade, o carioca Juan Paiva está em plena ascensão na carreira: no ar em horário nobre como o João Pedro, de Renascer, ele conquistou lugar cativo diário na televisão dos brasileiros, mas também joga em outras telas: atualmente, está em cartaz nos cinemas com o filme De Pai Para Filho, em que vive José — um órfão engomadinho que comunga com o caçula de José Inocêncio (Marcos Palmeira) o sofrimento pela distância paterna.
Em entrevista a VEJA para o lançamento do longa de Paulo Halm, Juan comentou sobre a fama de sofredor conquistada por seus personagens aos olhos do público, e analisou com entusiasmoo momento artístico que vive hoje na carreira. Confira a conversa:
Você está no ar em Renascer, esteve recentemente em Justiça e agora também está em cartaz nos cinemas com De Pai Para Filho. Como analisa esse momento da sua carreira? É muito especial, e é um momento que eu tenho lutado muito pra conquistar — no sentido de apresentar o meu trabalho e a forma como eu construo os meus personagens. Ter esse reconhecimento é super importante para mim, então eu estou muito feliz com tudo que vem acontecendo.
Um ponto em comum entre Renascer e o filme é a relação disfuncional dos seus personagens com o pai. Sua filha nasceu quando você ainda era adolescente, e você é bem paizão. Como é que a retratar essa relação tão diferente da sua? É novo pra mim porque eu não tenho essa vivência. Eu tive pai presente, graças a Deus, e isso me ajudou a também a criar uma relação com minha filha. Mas eu tenho muitos amigos que sofrem com a ausência dos pais e o filme conversa com eles. De certa forma, é dedicado a esses colegas, que vão assistir e se identificar. Também é um filme que fala sobre reconciliação, perdão, que transita entre o humor e o drama, e que vai somar muito para a minha carreira, então tenho orgulho.
Seus personagens sempre sofrem muito. Como você analisa esse perfil? Eu vejo como um trabalho. Eu vou aproveitar cada momento das oportunidades que me derem e viver tudo com intensidade, da forma como os personagens pedem. O José tem seus sentimentos, suas fragilidades, e um buraco no peito. O amor paterno não vai ser preenchido, porque o pai morreu, mas ele precisa resolver algumas questões para conseguir seguir a vida. Mas é um sofrer diferente do que foi o de Baltazar em Justiça, que sempre apanhava da vida. É mais próximo ao João Pedro, que também tem essa falta, e que carrega uma culpa por ter “matado” a mãe e busca o afeto do pai.
O filme tem um alívio cômico grande. Como foi abrir esse espaço para o humor depois de tanto drama? Fazer comédia é muito difícil. Não sei nem se faço comédia, na verdade, mas o texto leva para esse lugar e a gente vai surfando na onda. Estou me entendendo nesse lugar novo. É algo que eu tenho pensado bastante para não deixar os personagens com uma cara só, a da sofrência — já que as pessoas tem me visto dessa forma ultimamente. Quero deixar os personagens um pouco mais leves, e as consequências que o fazem sofrer estão nesse lugar do drama.
Você veio da periferia, e está em alta no cinema e na TV. Isso abre portas? Sim. Para as pessoas que vem de um lugar parecido com a minha realidade, acho que inspira. Assim como eu tive referências, como os atores do Nós do Morro, acho que os jovens que me olham hoje também me veem como uma inspiração por mostrar que é possível acreditar nos seus sonhos e realizá-los. Fico muito feliz e grato por tudo o que tem acontecido na minha vida.
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