* O texto a seguir contém spoilers sobre as escolhas profissionais da protagonista da série Amor da Minha Vida
Ao contrário de Bruna Marquezine, a personagem vivida por ela em Amor da Minha Vida, Bia, não teve muitas oportunidades ou sorte para emplacar a sonhada carreira de atriz. Na série disponível no Disney+, Bia vive de teste em teste, faz comerciais ridículos e vira e mexe quase entra no elenco de alguma novela bíblica. Um dos entraves para a garota é o universo escabroso dos influenciadores – que dominam a área sem ter a devida aptidão ou treino para o ofício. Em um teste para um comercial, uma das produtoras questiona se Bia tem muitos seguidores — o que a leva a perder o papel. Em outro momento, a jovem lê matérias na internet falando dos influencers mais queridinhos pelo mercado publicitário.
A alfinetada da série, que tem Marquezine no posto de co-diretora ao lado de René Sampaio, responde à polêmica atual da invasão de personalidades da internet em novelas, séries e filmes. Veteranos das telas como Irene Ravache, Caio Blat, Alice Braga e Susana Vieira estão entre os vários artistas que se posicionaram publicamente contra a escalação de pessoas que não são atores profissionais, mas se tornaram atrativos para canais e produtoras por seu apelo no universo digital.
Mais adiante em Amor da Minha Vida, Bia decide dirigir o próprio filme e dá uma chance à uma influenciadora gentil (vivida por Sophia Abrahão) e um bonitão (interpretado por João Guilherme, namorado de Bruna na vida real). Apesar de criar laços com os dois, Bia aos poucos percebe que o mundo da influência digital, sempre atrelado a patrocínios e marcas, não combina em nada com o tipo de filme que ela quer fazer. Uma alfinetada elegante na cultura que coloca erroneamente a grana acima da arte.