O prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Jr. (PSDB), escreveu ao presidente Michel Temer (PMDB), na última quarta, pedindo a convocação do Exército e da Força Nacional na cidade para 24 de janeiro, data do julgamento do recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no TRF4. Lula foi condenado em primeira instância no caso do tríplex no Guarujá. A Força Nacional, porém, já atua em Porto Alegre desde fevereiro de 2017 por causa da crise de segurança que afeta o Rio Grande do Sul. A operação foi renovada por mais 180 dias a partir de 1º de janeiro de 2018.
Marchezan justificou o pedido a Temer por causa do “iminente perigo à ordem pública e à integridade dos cidadãos porto-alegrenses”. Marchezan também citou a “ameaça de ocupação de espaços públicos municipais pelos diversos movimentos sociais que manifestaram-se nesse sentido”. Além disso, mencionou postagens “propugnadas” em redes sociais, “inclusive de senadores”, que mencionam “desobediência civil e luta”. O MST anunciou que fará um acampamento na cidade, mas a Justiça proibiu.
Nas redes sociais, o prefeito costuma provocar simpatizantes de Lula e do PT no seu perfil no Facebook com textos de “zoeira” nos chamados “decretos de final de semana”. “Se você pertence a certos partidos vermelhos, está proibido formar quadrilha”, chegou a escrever no período de festas junina.
O pedido a Temer também menciona o fato do TRF4 “situar-se no interior de um parque municipal”. “Solicitei ao Presidente @MichelTemer o apoio da Força Nacional e do Exército Brasileiro para atuarem no dia 24. Devido às manifestações de líderes políticos que convocam uma invasão em Porto Alegre, tomei essa medida para proteger o cidadão e o patrimônio público”, escreveu o prefeito nos eu perfil do Twitter, ao divulgar a carta.
Em setembro, depois de um pedido da prefeitura, a Justiça proibiu manifestações contrárias a Marchezan nos eventos em que o prefeito vai aos bairros da cidade. É durante o “Prefeitura nos Bairros” que o prefeito da capital gaúcha, Nelson Marchezan Jr. (PSDB), costuma dançar a música “Despacito” junto à comunidade, rendendo elogios e críticas nas suas redes sociais. Por sua vez, o sindicato dos funcionários da prefeitura lançou uma paródia, “Marchezito”, criticando ações do prefeito.