O encontro entre o presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, com deputados do Partido dos Trabalhadores (PT) para tratar sobre temas relacionados ao julgamento do recurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva terminou com a garantia pelo desembargador de que um grupo de parlamentares poderá acompanhar a sessão do dia 24 de janeiro, em Porto Alegre.
O pedido foi feito pelos deputados em um ofício entregue a Thompson Flores. O presidente garantiu que haverá um espaço reservado para acompanhar o julgamento através de um telão instalado no tribunal. Na sala da sessão, ficarão apenas os desembargadores, funcionários, advogados e partes.
Estiverem presentes os deputados federais Paulo Pimenta, Marco Maia e Maria do Rosário; os deputados estaduais Edegar Pretto, Stela Farias e Tarcisio Zimmermann e o advogado Ricardo Zamora.
Após o encontro, Pimenta declarou que confia na imparcialidade do julgamento, “ao contrário” do processo em primeira instância, julgado por Sergio Moro. O deputado federal também disse que as manifestações serão “pacíficas”.
No ofício (leia aqui), os deputados relembraram o caso da chefe de gabinete de Thompson Flores, Daniela Tagliari Kreling Lau, que publicou em sua página pessoal do Facebook uma petição online em apoio à condenação e à prisão de Lula. O TRF4 já havia comentado o caso alegando que a funcionária exerceu o direito à manifestação. Os deputados também criticaram as declarações de Thompson Flores de que a sentença de Moro, que condenou Lula a nove anos e meio de prisão, era “irretocável“.
Os dois episódios, segundo o documento assinado pelos parlamentares, “lançam preocupações sobre o caráter do julgamento a ser realizado no próximo dia 24 de janeiro. Deixa antever que, assim como ocorreu na primeira instância, estamos diante de um julgamento de caráter político, não jurídico”.
No ofício, os políticos também pediram “imparcialidade” no julgamento, criticaram Moro e reclamaram da rapidez do trâmite do recurso de Lula no TRF4, chamando de “fura fila processual”.
O presidente do tribunal pediu aos parlamentares que divulguem “a mensagem por manifestações pacíficas”. A segurança no dia do julgamento tem sido uma preocupação dos envolvidos. Uma operação policial irá contar com helicópteros, cavalaria, cães, viaturas e policiamentos ostensivo.
O prefeito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Jr. (PSDB), chegou a pedir ao presidente Michel Temer (PMDB) envio da Força Nacional e do Exército. Porém, somente quem tem autoridade para pedir esse tipo de reforço é o governador.