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Política, negócios, urbanismo e outros temas e personagens gaúchos. Por Paula Sperb, de Porto Alegre
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Após fake news, pai de santo recebe mais de 200 ameaças de morte no RS

Montagem com foto do religioso publicada na internet acusava homem pela morte de garota; polícia descarta seu envolvimento no caso

Por Paula Sperb
Atualizado em 25 out 2018, 16h34 - Publicado em 25 out 2018, 11h51

Desde o início da semana, um pai de santo morador de Canoas, no Rio Grande do Sul, recebeu mais de 200 ameaças de morte. O motivo é um boato que se espalhou pelas redes sociais e o WhatsApp após um caso que comoveu o estado: uma garota de nove anos foi raptada em Porto Alegre e encontrada morta na manhã de segunda-feira, em Alvorada, na região metropolitana.

Entretanto, Carlos Gonçalves Ribeiro Neto, de 47 anos, não tem nenhuma relação com o crime, segundo o chefe da Polícia Civil do estado, Emerson Wendt. A polícia investiga as ameaças e o autor do boato contra o pai de santo. “Me ligavam e diziam que iam cortar minha cabeça, estuprar minhas filhas e minhas netas”, contou a VEJA. A montagem mostra uma foto do pai de santo com seu número de telefone e o aponta como assassino da garota Eduarda Herrera, de 9 anos.

“Se não fosse a polícia passar com a viatura na frente da minha casa de meia em meia hora para proteger minha família, não sei o que poderia ter acontecido. Estou preso dentro de casa, minha vida mudou, tive que tirar meus filhos do colégio”, contou à reportagem.

A montagem contra ele foi feita após a divulgação na televisão que o corpo da menina foi encontrado próximo a uma oferenda religiosa. A mãe da garota falou a um canal que a morte era resultado de magia negra.

“Telefonam dizendo que eu sou satanista, não sou nada disso. Sou um pai de santo, existe intolerância religiosa. Falavam que iam me matar porque eu sou matador de criança, mesmo tendo várias crianças dentro da minha casa, que agora correm risco. Eles miram na religião afro-brasileira como se não tivesse nenhum outro motivo para o crime”, contou.

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O caso remete a um episódio que ocorreu no Guarujá, em 2014. Uma mulher foi linchada e morta ao ser acusada falsamente por uma página no Facebook de raptar crianças para rituais de magia negra. Ela era inocente. Na época, o termo fake news não era popular como agora, quando a expressão é usada amplamente para tratar sobre notícias falsas que circulam em aplicativos e têm o poder de influenciar as eleições.

“Estou dando chance para as pessoas pedirem desculpas, mas tem gente que não quer apagar. Existe muita ignorância, não pesquisam, só compartilham. Eu, antes de compartilhar qualquer coisa, quero ter certeza, só compartilho uma notícia de órgãos confiáveis”, disse Neto.

As ameaças de morte ao pai de santo não foram a única consequência perigosa dos boatos que circulam na região. Na terça-feira, mais de cem pessoas cercaram a 18ª Delegacia de Polícia da capital gaúcha. O grupo foi movido por um áudio forjado de alguém que relatava que um homem estava preso no local após tentar raptar uma criança no bairro, o que era mentira.

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