Fabio Wajngarten é um espanto.
Deu uma entrevista aqui na VEJA em que informou ter negociado a compra de vacinas com a Pfizer; que o ministério da Saúde, por “incompetência”, deixou tais negociações fracassarem; que o presidente da República acompanhou todo o processo, sem tomar qualquer providência.
Acreditar que uma entrevista dessas não comprometeria o presidente da República ou que ficaria tudo por isso mesmo já é inacreditável. Mas Wajngarten fez muito mais.
Em seu depoimento na CPI, foi arrogante, tergiversou e mentiu. Entrou como testemunha, sai como investigado, com o sigilo quebrado e correndo o risco de ser preso.
Que a CPI seria desastrosa para Bolsonaro, ninguém tinha dúvida, mas, diante da sinceridade e firmeza de quem se alinha com a ciência, como Barra Torres, e da inépcia de quem se alinha com Bolsonaro, como Wajngarten, o desastre vai tomando contornos de catástrofe.
Ao que se diz, o general Eduardo Pazuello estava muito nervoso com a perspectiva de depor à CPI, com medo de ser preso. Depois do depoimento de Wajngarten deve estar em pânico.
Se seguir na linha de defesa, que foi veiculada, de tirar o corpo fora e pôr toda a culpa no Supremo Tribunal Federal, não é impossível que o Brasil assista, ao vivo e a cores, em rede nacional de TV, à prisão um general de três estrelas do Exército Brasileiro.