Assine VEJA por R$2,00/semana
Imagem Blog

Ricardo Rangel Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO

Continua após publicidade

Quem fala pelas Forças Armadas, afinal?

Poucos do Alto Comando falam, mas quem fala não tranquiliza

Por Ricardo Rangel Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 2 jun 2020, 15h18 - Publicado em 2 jun 2020, 14h37

O general Santos Cruz, em artigo recente, afirmou que “oficiais da reserva não falam pelas Forças Armadas”. Quis dizer que a nota golpista que o general da reserva Augusto Heleno havia publicado ameaçando “consequências imprevisíveis” se o celular do presidente fosse apreendido não tinha maior valor, que não existe perigo de golpe militar.

Santos Cruz tem razão: só quem fala, de fato, pelas Forças Armadas, são os militares da ativa, mais especificamente, o Alto Comando. Ocorre que oficiais do Alto Comando rarissimamente se pronunciam sobre política, de modo que o que as Forças Armadas realmente pensam fica fora do alcance dos civis. Resta à opinião pública tentar adivinhar o que pensa o Alto Comando com base no que dizem os generais da reserva, e para cada Santos Cruz há quatro ou cinco generais dizendo coisas preocupantes.

De toda forma, há dois integrantes do Alto Comando do Exército que se posicionam publicamente.

Um é o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, general de quatro estrelas da ativa. O que faz ele? Tenta moderar os arreganhos golpistas do presidente? Não, pelo contrário: afirma que as Forças Armadas (e não o Supremo Tribunal Federal) são as “guardiãs” da Constituição, acompanha o presidente em manifestações golpistas, negocia cargos e verbas com o centrão para barrar o impeachment, faz advertências fora de linha a ministros do Supremo.

Continua após a publicidade

O outro é o general de quatro estrelas Fernando de Azevedo e Silva, que é da reserva, mas integra o Alto Comando por ser ministro da Defesa. O que faz ele? Tenta moderar os arreganhos golpistas do presidente? Não, pelo contrário: apoia de público a nota golpista do general Heleno e acompanha o presidente num voo de helicóptero sobre uma manifestação golpista.

E é bom lembrar que o ministro da Casa Civil, general de quatro estrelas, Walter Braga Netto, primeiro lugar-tenente de Bolsonaro, estava na ativa, e integrava o Alto Comando, há apenas três meses.

Santos Cruz, em que pese nunca ter sido integrante do Alto Comando, deve saber o que diz. Mas que seus colegas mais graduados parecem contradizê-lo, isso parecem.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.