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Ricardo Rangel
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Por que Lula radicaliza

A tática de comunicação do petista não é totalmente diferente da de Bolsonaro

Por Ricardo Rangel Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 23 nov 2021, 17h33 - Publicado em 23 nov 2021, 17h30
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  • Nos últimos dias, o PT soltou uma nota de congratulações ao ditador Daniel Ortega, Dilma elogiou a ditadura chinesa, e Lula passou pano para as ditaduras cubana e nicaraguense.

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    O colunista da VEJA Thomas Traumann informa que Lula só vai se aconselhar com o núcleo duro do PT — ou seja, aqueles que nos deram a “Nova Matriz Econômica”, responsável pela devastação fiscal que levou a uma queda de 8,5% no PIB e ao impeachment de Dilma.

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    É um movimento curioso. Afinal, o PT jamais venceu no primeiro turno, não há de ser agora, quando a rejeição de Lula é a mais alta da história, que isso acontecerá. Para vencer a eleição, o PT vai precisar angariar apoio ao centro. E esse tipo de declaração não agrada ao centro.

    Por que Lula está radicalizando assim, então?

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    Parte da explicação pode ser o velho desdém da esquerda tradicional pela democracia liberal, vista durante décadas como instrumento de expropriação do proletariado pela burguesia. A ideia , que sempre esteve equivocada, hoje está caduca, mas velhos hábitos demoram a morrer. (Reconheça-se, no entanto, que Lula não é nem nunca foi uma ameaça à democracia brasileira).

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    Outra parte pode ser atribuída a mágoa e rancor. Se a democracia liberal lhe impôs quase um ano e meio de cadeia, defender a esquerda justamente no que ela tem de mais indefensável — a ditadura — pode ter  para Lula um doce sabor de revanche. Sua ressalva sobre a Nicarágua, aliás, soa como recibo: “se o Daniel Ortega prendeu a oposição para não disputar a eleição como fizeram no Brasil contra mim, ele está totalmente errado”.

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    Mas o mais provável é que seja mera tática de comunicação. Proferir barbaridades sempre gera tráfego e engajamento nas redes — e engajamento nas redes é fundamental para conseguir votos. A aposta é que barbaridades causam polêmica, mas não tiram votos: afinal, quem, no povão, está preocupado com o que ocorre em países estrangeiros ou quem são os conselheiros de Lula? (É bom lembrar que Bolsonaro apostou nas barbaridades e ganhou em 2018.)

    E, se o tiro sair pela culatra, há tempo de sobra para Lula vestir o figurino Lulinha-paz-e-amor novamente.

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