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Na briga com Lula, não são os brasileiros que Lira defende

A disputa entre o presidente da Câmara e o da República é desigual, mas o segundo está fraco por sua própria culpa

Por Ricardo Rangel Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 Maio 2024, 10h37 - Publicado em 6 fev 2024, 12h27
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  • “O orçamento pertence a todos e a todas, não só ao Executivo”, proclamou o presidente da Câmara, Arthur Lira em duro discurso na abertura do ano Legislativo.

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    Tem razão o nobre deputado. O orçamento, que é realizado integralmente com receitas que provêm do bolso dos pagadores de impostos, pertence a todos os brasileiros. Óbvio.

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    Diferentemente do que tenta fazer crer, no entanto, não é o interesse dos brasileiros que o deputado defende. Os brasileiros têm muitos interesses, como não permitir o estouro do orçamento, defender a responsabilidade fiscal, manter a governabilidade, garantir que o governo federal tenha verbas para infraestrutura. E até reduzir o custo e o poder dos parlamentares, que Bolsonaro extrapolou.

    Já os interesses de Lira são recuperar os R$ 5,6 bilhões em emendas de comissão (que Lula vetou), a serem usados na campanha eleitoral; derrubar o articulador do governo, Alexandre Padilha (que, dependendo do ponto de vista, ou é pouco hábil ou acomoda pouco); e aumentar o próprio poder (que já é excessivo). São esses interesses que ele defende.

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    A tática de Lira não é muito diferente da de Bolsonaro. Ele avança, passa do limite, cria uma crise, e depois recua — mas nunca volta ao ponto em que estava antes. E funciona tão bem quanto a do ex-presidente, por sinal.

    Lira é o maior obstáculo que Lula tem: se o presidente resiste, não consegue governar; se cede, Lira governa por ele. É uma espécie de parlamentarismo torto: Lira tem a autoridade, mas a responsabilidade sobre as consequências é de Lula. Para escapar dessa armadilha, Lula teria que ter amplo apoio no Congresso, mas, para isso, precisaria ter um plano de governo claro e compartilhar o poder com as forças democráticas que o subscrevessem. O que faz é o oposto disso.

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    Lula não tem plano de governo nem objetivo claro a ser alcançado. O que anuncia soa como reprise das políticas desenvolvimentistas e fiscalmente irresponsáveis que levaram o país à bancarrota, Dilma ao impeachment, a Petrobras ao petrolão e Lula à cadeia. E, se defende a gastança no governo, com que autoridade pode pedir ao Congresso que corte despesas?

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    Todos os ministros ou são do PT (e suas linhas auxiliares) ou são do Centrão. As exceções são Marina, sob ataque no próprio governo, e Simone, responsável por uma pasta pouco visível. Fernando Haddad, que busca manter os gastos sob controle, é perseguido por seu próprio partido e sabotado pelo chefe.

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    A política externa é de hostilização de democracias e aproximação com ditaduras. Lula investe no confronto, na radicalização e na polarização. E constrange até a própria esquerda: nomeia conservadores porque são seus amigos e esnoba minorias (até piada racista fez).

    Quem se anima a apoiar Lula contra Lira nessas circunstâncias?

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    (Por Ricardo Rangel em 06/02/2024)

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