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Ricardo Rangel

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Na briga com Lira, Renan pode ser imprudente

O senador alagoano parece ter se esquecido do alerta de Ulysses Guimarães

Por Ricardo Rangel Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 Maio 2024, 18h36 - Publicado em 12 dez 2023, 16h54

A instalação da CPI sobre a mina da Braskem em Maceió estava marcada para hoje, mas Lula convocou de emergência uma reunião com as partes em conflito — Renan Calheiros (que quer a CPI) e Arthur Lira (que não quer) e seus respectivos aliados — e conseguiu adiá-la.

Lula é fortemente contra a CPI. Primeiro porque todo presidente é contra qualquer CPI, que por definição atrapalha as votações no Congresso, monopoliza e anarquiza o noticiário, cria muita marola. E também quer preservar a Petrobras, que é acionista da Braskem. Mas o motivo mais importante é proteger o principal alvo da CPI, Arthur Lira, de quem depende na Câmara.

É improvável que Lula ou quem quer que seja consiga impedir a CPI, cuja instalação foi remarcada para esta quarta 13: Renan parece irredutível, disposto a ir até o Supremo, se necessário. O principal objetivo do senador é prejudicar seu rival e desafeto, Arthur Lira, a quem o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (o JHC), é ligado.

Há pelo menos um fato que salta à vista contra o prefeito: poucos meses antes do colapso da mina (mas anos depois do aparecimento das primeiras rachaduras), JHC aceitou da empresa uma indenização de R$ 1,7 bilhão, contra a qual deu quitação absoluta e irrevogável de qualquer responsabilidade por danos passados ou futuros. O acordo parece absurdo, já que, como o afundamento da mina acaba de começar, ninguém sabe em quanto importará o total dos danos.

É de se esperar que a CPI provoque enorme desgaste político tanto para JHC como para seu padrinho Arthur Lira. No caso do prefeito, o desgaste pode ir mais longe, com responsabilização administrativa, civil e, quem sabe, até penal.

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A ansiedade de Renan em realizar a CPI, no entanto, pode ser uma imprudência. Seu próprio filho foi governador do estado de 2015 a 2022, e o atual, Paulo Dantas, é seu grande aliado.  É verdade que Renan Filho foi o primeiro governador a não renovar uma licença ambiental da mina da Braskem — mas isso ocorreu depois de renovar a licença quatro vezes.

Tudo indica que houve um festival de decisões equivocadas e danosas por parte das autoridades. É certo que a tropa de Lira vai vasculhar com microscópio as decisões tomadas por Renan Filho e Dantas. Nunca se sabe o que pode aparecer.

Renan parece ter se esquecido da frase profética de Ulysses Guimarães: “CPI, a gente sabe como começa, mas não sabe como termina”.

(Por Ricardo Rangel em 12/12/2023)

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