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Lula não precisava ser refém do Centrão

A nova nomeação na Codevasf é parte da “crônica da entrega anunciada” do governo ao Centrão

Por Ricardo Rangel Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 13 nov 2023, 19h33

Lula nomeou Gil Cutrim para a diretoria de Estratégias e Finanças da Codevasf.

A Codevasf é o principal veículo de “encaminhamento”, por assim dizer, de verbas do orçamento secreto, alvo de incontáveis denúncias. A diretoria, que tem por função justamente cuidar do dinheiro — seu, meu, nosso — foi criada na semana passada por Lula por meio de um jabuti.

Cutrim, que apoiou abertamente Bolsonaro na última eleição, é um ex-deputado do Centrão. É ligado ao ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, do Centrão, e deve o cargo a Elmar Nascimento, do Centrão. O novo chefe de Cutrim na Codevasf é Marcelo Moreira, indicado por Arthur Lira e Ciro Nogueira, ambos do Centrão, ainda no governo Bolsonaro.

É impossível contar a quantidade de pessoas ligadas ao Centrão (uma espécie de Partido da Fisiologia Nacional) não só na Codevasf, mas no governo em geral.

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Muitos dirão que se Lula não se entregar ao Centrão, não consegue governar. É um argumento, mas seria o caso de perguntar se Lula está conseguindo de fato governar. Porque a impressão que se tem é de que quem está (des)governando o país é o Centrão.

Também é bom não esquecer que quem optou por comer na mão do Centrão não foi ninguém além do próprio presidente. Lula poderia ter feito uma grande aliança pela democracia um ano antes da eleição e formado um governo de reconstrução em conjunto com o que há de melhor no país. Essa legitimidade lhe teria daria a vitória na eleição por larga margem, um apoio muitíssimo maior no Congresso e constrangeria o Centrão a ter um mínimo de compostura.

Mas Lula preferiu fazer uma campanha sozinho, acreditando que os democratas se veriam obrigados a aderir incondicionalmente a ele para evitar o mal maior. A aposta deu certo, mas só valeu até a eleição — na qual venceu por uma margem ínfima. Depois, como cantou Chico Buarque, ficou (com exceção de Simone e Marina) “cada qual no seu canto, e em cada canto uma dor”. A despeito disso, Lula continuou, e continua, a radicalizar: atropelou Simone, pressiona Marina, desautoriza Haddad, seu mais importante e sensato ministro.

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Lula fez sua cama — e está deitando nela.

Não é a primeira vez que Lula opta por deitar na cama do Centrão: ele fez a mesma coisa em 2002. Parece ter se esquecido que essa opção nos deu o mensalão, o petrolão, a Lava-Jato e lhe valeu uma boa temporada como hóspede forçado da Polícia Federal.

(Por Ricardo Rangel em 13/11/23)

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