Lula mandou o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, cancelar um ato em favor da democracia marcado para o dia 31 de março. Decidiu ignorar por completo o aniversário de 60 anos do golpe militar de 1964, que jogou o Brasil em uma noite escura por 21 anos.
Lula comparou Israel a Hitler. Não se preocupou com o que os judeus iam achar.
Lula disse que “afrodescendente gosta de um batuque de um tambor”. Não se preocupou com o que os negros iam achar.
Lula disse que mulher com profissão não precisa pedir dinheiro a homem para comprar batom e calcinha. Não se preocupou com o que as mulheres iam achar.
Lula vive defendendo Maduro, Putin e outros ditadores. Não se preocupa com o que os democratas acham.
Lula provoca e insulta todo mundo, mas com os militares é todo cheio de dedos. Preocupa-se que os militares achem que ato contra a ditadura seja visto como uma provocação.
Compreende-se de onde vem sua preocupação, mas Lula está gravemente errado nesse ponto. Não está compreendendo o momento histórico que vivemos.
Não é hora de tratar generais como crianças birrentas, que não podem ser contrariadas, senão viram a mesa. O tempo em que o Poder Civil vivia sob a tutela do Poder Militar acabou. O “Poder Militar” nem sequer existe. O que existe são as Forças Armadas, uma organização que é parte do Estado brasileiro e que se subordina ao Poder Civil. Elas devem ser tratadas como tal e se comportar como tal.
A hora não é de se preocupar com o que os militares pensam ou deixam de pensar, mas de reafirmar a democracia. De celebrar a democracia. De mandar golpistas, civis ou militares, para a cadeia.
De deixar claro, de uma vez por todas, que “Ditadura, nunca mais”.
Mesmo.
(Por Ricardo Rangel em 13/03/2024)