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Israel deve deixar Netanyahu

A guerra não é boa para ninguém, exceto para o primeiro-ministro

Por Ricardo Rangel Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 3 jun 2024, 16h36 - Publicado em 31 Maio 2024, 06h00
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  • No último dia 26, um bombardeio israelense matou 45 civis palestinos em Gaza. O premiê Benjamin Netanyahu classificou o episódio como “erro trágico”, mas deixou claro que vai seguir com a guerra, que já matou dezenas de milhares de inocentes. As justificativas são: “Israel precisa se defender”, “é preciso eliminar o Hamas”, “a culpa é do Hamas, que usa os civis como escudo” e “Israel é a única democracia do Oriente Médio”.

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    É fato que Israel sofreu um monstruoso ataque terrorista e tem o direito de se defender. Mas como o massacre de milhares de civis, que não têm, eles mesmos, como se defender ou para onde fugir, pode ser considerada uma defesa legítima?

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    Faz sentido querer eliminar um grupo terrorista abominável como o Hamas. Mas fazer isso pelas armas é possível? Israel já moveu guerras contra outros grupos terroristas no passado — matando muitos civis no processo — e nunca alcançou o objetivo. Supondo-se que seja possível, o caminho atual é adequado? Só o que sobra para quem tem casa, família e vida destruídas é o ódio a Israel: o bombardeio em Gaza tende a engrossar as fileiras do Hamas, não a eliminá-lo.

    O Hamas usa civis como escudos humanos, é fato. A conduta de terroristas não é padrão ético, nem justifica medidas questionáveis de seus adversários. Ao contrário: cabe aos governos legítimos ter uma conduta legal e ética a despeito dos desvios dos adversários.

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    O fato de que Israel é a única democracia do Oriente Médio — o que indica que o país é politicamente mais evoluído do que as ditaduras de seu entorno — é usado para sugerir que a conduta do país estaria correta por definição ou que não deveria ser criticada. Mas não é o contrário? Ser uma democracia não pressupõe agir dentro da lei, inclusive internacional, e respeitar a vida? E… se Netanyahu chegou ao poder pelas urnas, o que ele faz não representa a vontade da população? Se não é o caso, por que os israelenses não o tiram de lá?

    “O bombardeio israelense em Gaza tende a engrossar as fileiras do Hamas, não a eliminá-lo”

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    Apesar do histórico favorável — o Holocausto; a aceitação (desde sempre) da solução de dois Estados por Israel; o fato de terem sido os árabes a provocar as guerras; o terrorismo islâmico; a devolução de Gaza aos palestinos (com remoção forçada de colonos judeus) —, Israel tem hoje má fama internacional. Ela advém dos maus-tratos às populações locais de Gaza e Cisjordânia, da reação desproporcional a ameaças terroristas e também da narrativa pós-colonialista de que grupos mais vulneráveis estão certos por definição (que leva pessoas de esquerda a defender terroristas que as matariam se pudessem). E, claro, do antissemitismo, que nunca morre.

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    A guerra em Gaza enxovalha ainda mais a reputação de Israel, fortalece os terroristas, alimenta a narrativa e o antissemitismo. Não é boa para ninguém, exceto para Netanyahu, que acredita que enquanto houver guerra se manterá no poder (e fora da cadeia).

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    É cada vez mais difícil ter uma conversa objetiva e separar Netanyahu, Israel, israelenses e judeus no balaio da guerra. Para o bem não só dos palestinos e do mundo, mas de Israel e dos judeus, os israelenses precisam se livrar de Netanyahu.

    Já.

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    Publicado em VEJA de 31 de maio de 2024, edição nº 2895

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