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Freire Gomes pode corrigir erro histórico do Exército

Há 37 anos, o Exército se rendeu ao corporativismo e fez vista grossa para o que deveria ser imperdoável. Chegou a hora do acerto de contas.

Por Ricardo Rangel Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 12 mar 2024, 12h53 - Publicado em 12 mar 2024, 12h25

Pelo que vazou até agora, o depoimento do general Freire Gomes compromete Jair Bolsonaro irrecuperavelmente. A hipótese de condenação do ex-presidente à prisão torna-se concreta. Se e quando ela acontecer, Bolsonaro será necessariamente expulso do Exército.

Em 1987, o então capitão Jair Bolsonaro informou a Cássia Maria, repórter da VEJA, sobre a operação “Beco Sem Saída”, cujo objetivo era explodir bombas em quartéis para protestar contra os baixos salários.

Diante da ameaça terrorista, VEJA noticiou o plano e, em seguida, publicou os croquis. Levado à Corte Marcial, Bolsonaro foi condenado por unanimidade no Conselho de Justificação Militar (CJM). O então ministro do Exército, Leônidas Pires Gonçalves, endossou o resultado. O capitão deveria ser expulso do Exército.

Mas venceu o espírito-de-corpo: pouco depois, conforme relata o jornalista Luiz Fernando Maklouf no livro “O Cadete e o Capitão”, o Superior Tribunal Militar julgou contra as provas técnicas e, por 9 a 4, reverteu o resultado da primeira instância, absolvendo o réu. (Bolsonaro foi para a reserva no mesmo ano, e quem quiser enxergar que houve um acordo do tipo “nós-te-absolvemos-mas-você-sai”, terá bons motivos.)

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Foi um erro gravíssimo, que, décadas mais tarde, viria a ter um custo altíssimo, quase impagável, para a Corporação.

O general Ernesto Geisel foi um dos que perceberam o erro. Em 1993, quando Bolsonaro estava no primeiro de seus sete mandatos como deputado federal, Geisel concedeu um depoimento ao CPDOC da Fundação Getúlio Vargas. Disse ele: “presentemente, o que há de militares no Congresso? Não contemos o Bolsonaro, porque é um caso completamente fora do normal, inclusive um mau militar”.  Não há de ser por acaso que Geisel é o único dos generais-presidentes da ditadura para o qual Bolsonaro não guarda elogios.

O general Freire Gomes ingressou na AMAN no mesmo ano em que Bolsonaro se formou aspirante e foi o último comandante do Exército a servir sob suas ordens. Tudo indica que será ele o responsável por reparar o que foi um erro histórico da Corporação.

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E expulsar o “mau militar” da Força Terrestre.

Com 37 anos de atraso.

(Por Ricardo Rangel em 12/03/2024)

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